domingo, 3 de dezembro de 2017

Estudante tenta esfaquear professor no Piauí

Uma estudante tentou esfaquear um professor dentro de sala de aula, na noite de quinta-feira (30), na Escola Municipal Cristina Evangelista, localizada no bairro Três Andares, na zona sul de Teresina (PI). O professor foi atingido por um golpe na mão. Alunos contiveram a estudante e a direção acionou a polícia.

Segundo a Semec (Secretaria Municipal de Educação), na noite anterior, a estudante, que cursa o EJA (Educação de Jovens e Adultos), foi flagrada colando e foi proibida pelo professor de continuar a responder a prova. Insatisfeita, no dia seguinte, ela foi armada com uma faca peixeira para escola e atacou o professor dentro da sala de aula.

Colegas de sala contiveram a aluna. Na tentativa de se defender dos golpes, o professor teve um corte na mão, mas seu estado de saúde é bom. Ele foi medicado e está em casa.

Os nomes da aluna e do professor estão mantidos em sigilo pela Semec. A estudante é maior de 18 anos, mas a família dela foi chamada à escola e já foi informada que deverá ser transferida nos próximos dias para outra unidade escolar. A aluna recebeu uma advertência com suspensão das aulas. O tempo que ela ficará afastada não foi informado.

Por questão de segurança, o professor será também transferido de escola, uma vez que a estudante afirmou que iria matá-lo quando o encontrasse novamente. A secretaria informou que o professor está, temporariamente, afastado das atividades por estar bastante abalado. "Quando ele voltar às atividades já vai ser em uma nova escola", disse a secretaria.

O professor registrou Boletim de Ocorrência na delegacia do bairro, mas decidiu que não vai prosseguir com a ação tampouco ofertar queixa-crime à Justiça. Segundo a Semec, ele afirmou que, como a escola fica localizada em uma comunidade, tem medo de represálias.

A secretaria informou que a estudante prestou depoimento, nesta sexta-feira (1º), e foi liberada.

Uma equipe de assistentes sociais da Semec está atendendo o professor e a equipe escolar, além de dialogar com a estudante e família. Em nota, a secretaria destaca que repudia qualquer tipo de violência dentro e fora das escolas. Fonte: UOL-01/12/2017

Comentário: Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores
Uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe Brasil no topo de um ranking de violência em escolas.

Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.
Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%.

Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.
A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a grande maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o trabalho.

A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam de seu trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.

Segundo Van Damme, "a valorização dos professores é um elemento-chave para desenvolver os sistemas educacionais".
O especialista da OCDE cita a Coreia do Sul e a China como exemplos de países onde o trabalho dos professores é valorizado tanto pela sociedade quanto por políticas governamentais, o que representa, diz ele, um "elemento fundamental na melhoria da performance dos alunos".
"Em países asiáticos, os professores possuem um real autoridade pedagógica. Alunos e pais de estudantes não contestam suas decisões ou sanções", afirma. Fonte: BBC-28/08/2014

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Sorteio da Copa 2018



Brasil pega Suíça, Costa Rica e Sérvia na fase de grupos
O sorteio da Copa do Mundo Rússia 2018 reservou ao Brasil, cabeça de chave do grupo E, dois rivais europeus e a equipe que desbancou grandes potências no último Mundial. A estreia da seleção brasileira será no dia 17 de junho, em Rostov, contra a Suíça, que chegará ao torneio cercada de expectativas pela evolução apresentada pelo time dirigido por Vladimir Petkovic. Os comandados de Tite ainda encaram Costa Rica e Sérvia.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

História: A ditadura faz 50 anos

Para os jovens, 50 anos é um considerável período de tempo. Aos velhos, que já viveram mais de meio século, parece um ponto no passado. Para a disciplina de história, uma data redonda, suscitando reflexões, debates e a possibilidade de encontrar hipóteses e ângulos de análise inovadores e construtivos.

Considerando os limites deste artigo, escolhi um tema a respeito do qual tem havido muitas controvérsias. Refiro-me ao caráter da ditadura.
Desde a vitória do golpe de 1964, as forças políticas de esquerda, derrotadas, não hesitaram em caracterizar a ditadura como militar

Desde a vitória do golpe de 1964, as forças políticas de esquerda, derrotadas, não hesitaram em caracterizar a ditadura como militar. Tratava-se de isolar os mais importantes protagonistas, os chefes militares, ridicularizados como truculentos, pouco inteligentes. Não passavam de ‘gorilas’, como se dizia. Era um recurso – legítimo – da luta política, quando se pretende menos compreender o que se passa do que isolar e derrotar os adversários ou os inimigos.

DITADURA MILITAR
A expressão consolidou-se entre as várias correntes que se opunham ao regime. Consagrou-se como verdade indiscutível à medida que as oposições cresciam, reforçando-se inclusive com adeptos da ditadura que dela se afastavam e não queriam pensar ou falar de suas cumplicidades com a mesma. Houve um momento, em meados dos anos 1980, em que a imensa maioria da sociedade brasileira professava um horror sagrado à ditadura.

MEMÓRIA E HISTÓRIA
Uma operação de memória. Mas memória não é história. Esta se constrói com evidências, obtidas em fontes disponíveis, compartilhadas pelos pesquisadores.

Essas evidências mostram que diferentes – e amplos – segmentos civis participaram ativamente da preparação do golpe, de sua sustentação e do apoio aos governos ditatoriais. Não foi algo limitado às elites empresariais e eclesiásticas, como René Dreifuss mostrou pioneiramente nos anos 1980.

O golpe de 1964 não foi um movimento exclusivamente militar. Diversos setores civis participaram de sua preparação e de sua sustentação.  

O processo teve caráter social, popular: milhões de pessoas participaram das Marchas da Família com Deus pela Liberdade, que, iniciadas em 19 de março, prolongaram-se festivamente até setembro de 1964. Em todas as capitais dos estados e em muitas cidades médias e pequenas, pessoas marcharam saudando e se congratulando com a vitória do golpe, segundo trabalho de Aline Presot até hoje não publicado.

A participação civil também envolveu instituições políticas, econômicas e culturais. Um estudo sobre a Aliança Renovadora Nacional, a Arena, partido da ditadura, mostrou suas extensas ramificações em todo o território nacional: em 1978, quando já era imenso o desgaste do regime, esse partido teve ainda cerca de 40% dos votos. Outros estudos revelaram o que pouca gente sabe: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tidas com justiça como atores importantes das lutas democráticas, saudaram o golpe. Só mais tarde, migraram para o campo das oposições, denunciando os abusos de um regime que tinha a tortura como política de Estado.

Outras pesquisas, envolvendo o futebol, a música sertaneja, a multiplicação dos sindicatos e outros temas, vêm acumulando evidências quanto à participação civil, direta ou indireta, na construção da ditadura e das complexas relações que se estabeleceram entre diferentes setores da sociedade e os governos ditatoriais.

Nunca houve unanimidade em favor da ditadura. Sempre houve oposições, moderadas e radicais, que adotavam diferentes formas de luta

Cabe enfatizar que nunca houve unanimidade em favor da ditadura. Sempre houve oposições, moderadas e radicais, que adotavam diferentes formas de luta. Entretanto, só a partir de 1974 as oposições moderadas, cada vez mais reforçadas por ex-apoiadores do regime, conseguiram maior audiência social.

Por outro lado, no campo contraditório e heterogêneo dos que apoiavam a ditadura, o processo não foi simples nem linear. Houve idas e vindas, deserções, mudanças de lado, sem contar as expectativas frustradas de lideranças civis de direita como Carlos Lacerda, Magalhães Pinto, Adhemar de Barros, e mesmo de políticos centristas, como Juscelino Kubitschek e Ulysses Guimarães: apoiaram o golpe, esperando uma intervenção brutal, mas rápida, cujos resultados os beneficiariam. Não foi o caso. Muitos acabaram marginalizados, condenados a papéis secundários, ou foram cassados, expulsos da vida política, como Lacerda, Ademar e JK.

Também não é possível esquecer que muita gente ficou em cima do muro, ou subiu nele quando julgou conveniente. Outros tantos, por alegado medo, cruzavam os braços, ou nem cogitavam a existência do regime político. Queriam trabalhar, constituir família, ter sucesso. Alguns lamentavam os ‘excessos’ dos agentes da ordem pública, mas aquilo lhes parecia uma contingência quase inevitável. Mais importante é que o país crescia, progredia – quem não gostasse que se retirasse.

Toda essa história precisa ser conhecida, estudada. Não para crucificar os apoiadores da ditadura, algo inviável e inútil, mas para compreender melhor as bases sociais e históricas de um regime ditatorial que se instaurou quase sem resistência e se retirou em boa ordem, sem levar nenhuma pedrada. O mesmo já acontecera com o Estado Novo, entre 1937 e 1945, coberto pelo manto da memória conciliadora.

Fazer dos ‘milicos’ bodes expiatórios pode ser uma operação simples e fácil: um outro manto. Economiza pesquisa e reflexão, mas não prepara a sociedade brasileira para lidar, no futuro, com novos surtos de autoritarismo. Fonte: Revista Ciência Hoje / Edição 313- Daniel Aarão Reis - Departamento de História
Universidade Federal Fluminense

domingo, 26 de novembro de 2017

Árvore de Natal do Ibirapuera é inaugurada



A árvore de Natal do Parque Ibirapuera foi inaugurada na noite deste sábado (25) com uma festa com direito a queima de fogos e presença de Papai Noel chegando em uma “caravana iluminada”.
A árvore tem 40 metros de altura e 15 de largura em sua base. A estrela que fica no topo tem 8 metros de altura por 6 metros de largura. 

Neste Natal, ela ficará no parque junto ao lago do Ibirapuera. Até então, ficava na praça Escoteiro Aldo Chioratto, perto do Obelisco. A atração neste ano é iniciativa da Coca-Cola FEMSA Brasil, em parceria com a prefeitura.

Os visitantes do Ibirapuera têm à disposição quatro pontos indicados para a realização de fotos e “selfies”, até o dia 6 de janeiro de 2018. – Fonte: G1 - 26/11/2017

A praga do WhatsApp na família brasileira


O antropólogo Juliano Spyer mergulhou no cotidiano de um povoado no norte da Bahia por 15 meses. Instalou-se, criou laços, adicionou e foi adicionado em centenas de contatos no Facebook e em seus grupos de WhatsApp. Passou a compartilhar os dramas sociais, enredos amorosos e memes da paisagem real e virtual, tanto pública quanto privada, da comunidade de cerca de 15.000 habitantes cujo nome ele preferiu preservar. Ele  retrata em livro como um povoado da Bahia usa e incorpora as redes sociais. A obra faz parte de série de universidade britânica que mergulha no cotidiano digital de nove países. Fonte: El País - São Paulo 25 NOV 2017