sábado, 12 de agosto de 2017

Alimentos saudáveis apenas no rótulo

Abastecemos nossas geladeiras em supermercados que nos oferecem corredores e mais corredores cheios de prateleiras com milhares de produtos. Nesse cenário, cada fabricante deseja que o seu produto seja escolhido e por isso lhe dará mais publicidade, uma embalagem melhor, mais sabor e escreverá na parte mais visível do pacote tudo que acredita que pode fazer aquele item parecer o rei da gôndola, ou o mais saudável, ou o único que oferece ao consumidor algo que a concorrência não tem. Em cada escolha sobre o que colocar no carrinho, lutamos contra todas as propagandas que o marketing foi capaz de criar.

Não deixa de ser um baile de máscaras: muitas vezes o produto real, aquele que está por trás de todos os enfeites da embalagem, é muito similar aos seus homólogos e, muito provavelmente, exagerou suas vantagens e escondeu seus defeitos até o limite do legal (ou, em muitos casos, até o vazio legal).

Já que falar de todos os truques usados para nos convencer diante das prateleiras daria para um ano inteiro de artigos, vamos dar uma olhada em apenas quatro produtos mais comuns que tentam nos vender como muito saudáveis:

IOGURTES DESNATADOS
O que dizem? Os iogurtes desnatados de uma infinidade de sabores e com os ingredientes mais exóticos que se pode imaginar dominam as geladeiras dos supermercados. São vendidos como uma opção mais saudável que a versão integral por seu menor teor calórico e a ausência de gorduras.

Qual é a realidade? Muitos iogurtes desnatados levam açúcar, e não em pouca quantidade. Além disso, sabemos que a gordura láctea não deveria ser uma grande preocupação, menos ainda na quantidade contida em um iogurte. Consumir laticínios integrais contribui para a saciedade. Deveríamos priorizar o “sem açúcar” sobre o “desnatado”.
A melhor escolha: o iogurte natural simples.

BOLOS E BISCOITOS SEM AÇÚCAR
O que dizem? Diante da pressão dos últimos tempos sobre o consumo de açúcar e seu elevado teor em muitos produtos processados, as marcas optaram por solucionar o problema a golpes de adoçante, o que lhes permite escrever um “sem adição de açúcar” na embalagem e, assim, revestir o produto de uma aura saudável.
Muitos presuntos têm um teor de carne muito baixo. Não são produtos de qualidade e, além disso, entram na classificação de carnes processadas cujo consumo a OMS recomenda reduzir

Qual é a realidade? Continuam sendo produtos fabricados com ingredientes pouco recomendáveis (farinhas refinadas e gorduras de má qualidade), que tomam o lugar de alimentos saudáveis como as frutas frescas ou desidratadas, castanhas e pães integrais. Além disso, os adoçantes, por serem acalóricos, não são inócuos. Sabemos que afetam de maneira negativa nossa microbiota e contribuem para manter elevado o nível de doçura a que estamos tão (mal) acostumados.
A melhor escolha: esqueça os biscoitos e a confeitaria, dê preferência a uma torrada de pão integral de qualidade.

PRESUNTOS MAGROS
O que dizem? Peito de peru é apresentado como o suprassumo do café da manhã ou lanche fitness. É vendido como algo fácil de comer, leve e saudável.

Qual é a realidade? Muitos presuntos têm um teor de carne muito baixo, inferior a 70%. O restante é fécula, amidos, açúcares, aditivos e água. Não são produtos de qualidade e, além disso, entram na classificação de carnes processadas cujo consumo a OMS recomenda reduzir.

A melhor escolha: A carne natural, não processada. Um peito de frango ou de peru na chapa ou ao forno pode ser fatiado, guardado na geladeira e consumido frio substituindo os presuntos.

CEREAIS PARA CUIDAR DA SILHUETA
O que dizem? São cereais matinais, muito voltados para o público feminino, que prometem ajudar a “cuidar da silhueta” ou até mesmo perder peso.

Qual é a realidade? Assim como a maioria dos cereais matinais, são ricos em açúcar. Costumam ter em torno de 15% a 20% de açúcar e apenas uma parte de cereais integrais. Marcas conhecidas muito mais baratas e que não são vendidas com esses anúncios publicitários, como os Corn Flakes, têm cerca de 8% de açúcar.

A melhor escolha: Os cereais integrais sem açúcar como os flocos de aveia, o arroz integral ou cereais em flocos torrados sem açúcar.

Antes de terminar, quero lembrar que as frutas frescas, castanhas e frutas desidratadas sempre são opções ganhadoras, apesar de não terem embalagens vistosas explicando suas virtudes, nem serem protagonistas de inspiradores anúncios publicitários.

E que, como opção proteica, os ovos, o hummus e o tofu podem alternar-se perfeitamente com a carne e substituir os presuntos como uma opção muito melhor.

Em resumo, dê preferência a matérias-primas ou produtos pouco processados: alimentos que não precisem de etiqueta, nem de embalagem, nem de lista de ingredientes.
El País - 6 MAR 2017 - Luzia Martínez Argüelles, dietista-nutricionista, mestre em nutrigenômica e nutrição personalizada.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Entenda o que é distritão

Entenda o que é distritão e de onde virão recursos para campanhas
Comissão especial da reforma política aprovou mudanças no sistema eleitoral

A comissão especial da Câmara que analisa a reforma política aprovou uma mudança na Constituição que institui o sistema chamado distritão. Foram 17 votos a favor e 15 votos contrários, com duas abstenções. Também foi aprovada a criação de um fundo de financiamento de campanha que corresponderá a aproximadamente R$ 3,6 bilhões. A votação de emendas, no entanto, pode alterar pontos da reforma, que ainda passará também pelo crivo dos plenários da Câmara e do Senado.

ENTENDA O QUE É O DISTRITÃO E DE ONDE SAIRÃO OS RECURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO:

O QUE É O DISTRITÃO?
Com a adoção do distritão a eleição de deputados e vereadores passaria a ser majoritária. Ou seja, os mais votados em cada estado ou município seriam eleitos, independentemente dos resultados de seus partidos. Não há voto em legenda nem quociente eleitoral.

NA PRÁTICA, O QUE MUDARIA?
Os chamados "puxadores de voto" não teriam mais influência no tamanhos das bancadas de seus partidos, levando consigo candidatos com menos votos. Por outro lado, o modelo favorece candidatos mais conhecidos e com mais recursos financeiros. Por isso, beneficia parlamentares que concorrem à reeleição.

O DISTRITÃO PODE VALER PARA AS ELEIÇÕES DE 2018?
Para que a mudança aprovada na comissão entre efetivamente em vigor na próxima eleição será necessário alcançar 308 votos entre os 513 deputados e 49 votos entre os 81 senadores em duas votações em cada Casa, até 7 de outubro. Contrários à inclusão da emenda no texto da reforma política, representantes de seis partidos ( PT, PCdoB, PSOL, PR, PRB e PHS), que somam 142 deputados, reuniram-se para lançar uma frente contra o sistema.

A regra só é aplicada em quatro países — Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Pitcairn.

O QUE DIZEM OS CRÍTICOS DO MODELO?
A principal crítica ao distritão é que ele privilegia políticos conhecidos, famosos ou em busca da reeleição, além dos que têm mais recursos financeiros.
Jairo Nicolau, professor de ciência política da UFRJ e especializado em sistemas eleitorais considera que “de todos os modelos propostos, o distritão, é sem dúvida, o pior”. Ele diz que “é razoável imaginar que o novo sistema estimule, por exemplo, candidaturas de lideranças religiosas e de organizações da sociedade civil e personalidades do mundo esportivo e cultural”.
O modelo também deixa sem representação todos aqueles votos dados a outros candidatos no distrito. Um partido, por exemplo, pode ter grande votação nacional e nenhum representante no Congresso, por não vencer nos distritos.

O QUE DIZ O AUTOR DA PROPOSTA?
Para autor da proposta, deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) o sistema respeita vontade do eleitor e livra candidatos do poder das cúpulas partidárias.
- O distritão estabelece a verdade eleitoral. Se há dez vagas a serem preenchidas, os ocupantes são os dez mais votados. O voto vai direto para o candidato, não passa para outro. A vontade do eleitor é absolutamente respeitada. A frase "todo poder emana do povo" não pode ser uma frase perdida na Constituição - afirma.

O QUE É O FUNDO DE FINANCIAMENTO ELEITORAL?
É um fundo, abastecido com verba pública, destinado a financiar as campanhas eleitorais em todo o país. A ideia surgiu após a proibição das doações de empresas a partidos e candidatos.

QUAL O MONTANTE DE RECURSOS DO FUNDO?
O relator da reforma política na Câmara, deputado Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor que estava previsto para o montante de recursos públicos que seria usado ao financiar campanhas.
Na versão anterior de seu parecer, Cândido tinha estabelecido que 0,25% da receita corrente líquida do Tesouro Nacional seria o valor usado no financiamento. A exceção seria para a eleição do ano que vem, 2018, em que o valor do fundo seria de 0,5% — também da receita corrente líquida. Isto corresponde a R$ 3,6 bilhões.
Agora, no parecer apresentado na quarta-feira (9) , Cândido reformulou o texto e instituiu 0,5% da receita corrente líquida do Tesouro como regra.

DE ONDE VIRIAM OS RECURSOS?
Os recursos públicos viriam dos cofres da União e poderiam estourar o teto de gastos que limita as despesas do poder público ao crescimento da inflação. O fundo seria previsto no orçamento da União em anos eleitorais e também poderia receber recursos de doações.

ENTENDA OS SISTEMAS  ELEITORAIS
Proporcional: é o atual sistema em vigor no Brasil. O voto dos candidatos e de legenda são somados. O total de cada partido ou coligação é dividido pelo coeficiente eleitoral (número de votos de todos os candidatos e partidos dividido pelo número de cadeiras no Legislativo). O resultado indica quantas cadeiras cada partido poderá ocupar. Vão para o Legislativo os deputados mais bem votados de cada partido.
"Distritão": cada estado é um distrito. Os candidatos mais votados são automaticamente eleitos. Para vereadores, o município é o distrito.
Distrital em dois turnos: é semelhante ao distrital puro, porém, é realizado segundo turno caso o candidato não receba a maioria absoluta dos votos.
Distrital puro: o estado é dividido em distritos, segundo o número de cadeiras que cada unidade da federação tem na Câmara dos Deputados. É eleito o candidato mais votado em cada distrito nos estados.
Distrital-misto: combina o modelo distrital e o proporcional. Nesse caso, uma parte dos deputados, num estado, é eleita segundo a ordem dos mais votados nos distritos. A outra parte é eleita segundo a soma dos votos da legenda em todo o estado.
Paralelo: é uma variação do distrital misto. A diferença é que a distribuição de cadeiras dos eleitos no distrital não é levada em conta para definir a distribuição da cadeiras dos eleitos pelo modelo proporcional. Fonte: O Globo 10/08/2017 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Apocalipse tecnológico

Especialistas  afirmam  que o avanço da tecnologia - em especial, da combinação entre automação e inteligência artificial - mudará radicalmente a economia global e fará com que empregos desapareçam em escala massiva.
O pesquisador Carl Frey, da Universidade de Oxford,  acredita no desaparecimento em massa de muitos postos de trabalho.
Ele estima que 35% dos empregos no Reino Unido corram risco de desaparecer nos próximos 20 anos com a criação de robôs capazes de realizar as mesmas funções. Esse índice é ainda maior nos Estados Unidos, onde chega a 47% - e ultrapassa 50% em países em desenvolvimento. Fonte: BBC Brasil - quinta-feira, 10 de agosto de 2017

domingo, 6 de agosto de 2017

Japão recorda lançamento da bomba de Hiroshima



Primeiro ataque atômico da história ocorreu há 72 anos. Governo da cidade faz apelo por fim das armas nucleares, em cerimônia com a presença de representantes de 80 nações e da União Europeia.

A cidade japonesa de Hiroshima recordou neste domingo (06/08) o 72º aniversário do primeiro ataque nuclear da história com uma cerimônia em que foram feitos apelos ao desarmamento nuclear.

O ato aconteceu no Parque da Paz da cidade, que fica no oeste do Japão, e incluiu um minuto de silêncio às 8h15min locais (20h15 deste sábado no Brasil). Essa foi a hora exata na qual um bombardeiro B-29 da Força Aérea dos Estados Unidos lançou, no dia 6 agosto de 1945, o "Little Boy", como foi chamada a primeira bomba atômica usada num ataque contra civis e militares.

DESARMAMENTO
Após o minuto de silêncio, o prefeito da cidade, Kazumi Matsui, pediu a todos os líderes mundiais que apoiem o tratado adotado por 122 membros das Nações Unidas no começo do mês para proibir as armas nucleares, o primeiro deste tipo a nível global.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, evitou mencionar diretamente o tratado durante o seu discurso, ainda que tenha destacado a necessidade de que tanto as potências nucleares como os demais países "se engajem para se chegar a um mundo verdadeiramente livre de armas atômicas".

"O Japão está decidido a liderar a comunidade internacional, mantendo os seus princípios de não produzir ou possuir armas nucleares nem de permitir a sua entrada em território nacional, e pedindo a todos os países para tomar medidas similares", disse Abe.
Em março passado, o número total de hibakusha, ou sobreviventes dos ataques nucleares de Hiroshima e Nagasaki, era de 164.621, comparado com os 372.264 que havia em 1980, e a  idade média era de 81,41 anos.

OS ATAQUES NUCLEARES A HIROSHIMA E NAGASAKI

Vista aérea da cidade de Hiroshima, Japão, após o bombardeio atômico em 6 de agosto de 1945 durante a Segunda Guerra Mundial. A cidade foi praticamente destruída.
Ataques às duas cidades japonesas em 1945 são os únicos usos de armas nucleares numa guerra. No aniversário dos bombardeios, pessoas ao redor do mundo relembram, todos os anos, suas consequências devastadoras.

O PRIMEIRO ATAQUE
Em 6 de agosto de 1945, o avião Enola Gay lançou, sobre Hiroshima, a primeira bomba nuclear da história. A bomba carregava o inocente apelido de "Little Boy". A cidade tinha então 350 mil habitantes. Um em cada cinco morreu em questão de segundos. Hiroshima foi praticamente varrida do mapa.

O ENOLA GAY
O ataque a Hiroshima estava planejado para acontecer em 1 de agosto de 1945, mas teve que ser adiado devido a um tufão. Cinco dias depois, o Enola Gay partiu com 13 tripulantes a bordo. A tripulação só ficou sabendo durante o voo que lançariam uma bomba atômica.

O SEGUNDO ATAQUE
Três dias depois do ataque a Hiroshima, os americanos lançaram uma segunda bomba, sobre Nagasaki. A cidade de Kokura era o alvo original do ataque, mas o tempo nublado fez com que os americanos mudassem seus planos. A bomba apelidada de "Fat Man" tinha uma potência de 22 mil toneladas de TNT. Estima-se que 70 mil pessoas morreram até dezembro de 1945.

ALVO ESTRATÉGICO
Em 1945, Nagasaki era sede da Mitsubishi, então fábrica de armas responsável por desenvolver os torpedos usados no ataque a Pearl Harbor. No entanto, apenas alguns soldados japoneses estavam baseados na cidade. A má visibilidade não possibilitou um ataque direto contra os estaleiros da fábrica.

AS VÍTIMAS
Durante meses após os ataques, dezenas de milhares de pessoas morreram por causa dos efeitos das explosões. Somente em Hiroshima, até o fim de 1945, 60 mil pessoas morreram por conta da radiação, de queimaduras e outros ferimentos graves. Em cinco anos, o número estimado de vítimas dos dois bombardeios atômicos é de 230 mil pessoas.

TERROR NO FIM DA GUERRA
Depois de Hiroshima e Nagasaki, muitos japoneses temeram um terceiro ataque, a Tóquio. O Japão declarou então sua rendição, pondo fim à Segunda Guerra também na Ásia. O então presidente americano, Harry Truman, ordenou os bombardeios. Ele estava convencido de que essa era a única maneira de acabar com a guerra rapidamente. Para muitos historiadores, no entanto, os ataques foram crimes de guerra.

A RECONSTRUÇÃO
Devastada, Hiroshima foi reconstruída do zero. Apenas uma ilha, no rio Ota, foi mantida e se tornou o Parque Memorial da Paz. Hoje, há uma série de memoriais: o Museu Memorial da Paz de Hiroshima; a Estátua das Crianças da Bomba Atômica; as Ruínas da Indústria e Comércio; e a Chama da Paz, que vai permanecer acesa até a última bomba atômica do planeta ser destruída.

CONTRA O ESQUECIMENTO
Desde 1955, o Museu da Bomba Atômica e o Parque da Paz de Nagasaki prestam homenagem às vítimas dos ataques. No Japão, a reverência às vítimas desempenha um grande papel na cultura e na identidade nacional. Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos mundiais dos horrores das armas nucleares.

DIA PARA RELEMBRAR
Desde os ataques de agosto de 1945, as pessoas em todo o mundo lembram as vítimas dos bombardeios atômicos. Em Hiroshima, acontece anualmente um memorial. Sobreviventes, familiares, cidadãos e políticos se reúnem para um minuto de silêncio. Muitos japoneses estão engajados contra o desarmamento nuclear. Fonte: Deutsche Welle - Data 06.08.2013

sábado, 5 de agosto de 2017

Deputados arquivam denúncia de Janot

Em votação tensa nesta quarta-feira, os deputados barraram o andamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer sob a acusação de corrupção passiva.
Entre os parlamentares, 263 se manifestaram a favor do relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) - que recomendava o arquivamento da denúncia -, 19 se ausentaram da sessão e 2 se abstiveram de votar, somando 284. O governo precisava que ao menos 172 congressistas atuassem dessa forma.
Com o resultado, o plenário da Câmara impediu o Supremo Tribunal Federal (STF) de avaliar a abertura de uma ação que afastaria o presidente por até 180 dias para julgamento.
Para que o Supremo ficasse autorizado a analisar a denúncia eram necessários no mínimo 342 votos do total de 513 deputados.
Entre as justificativas do "Sim" ao parecer, os congressistas citaram, entre outras coisas, a estabilidade política do país, a continuidade das reformas e a urgência de acabar com o desemprego.
Em pronunciamento na noite desta quarta, o Temer disse que a decisão da Casa foi "clara e incontestável".
"A decisão soberana do Parlamento não é uma vitória pessoal, de quem quer que seja, mas é uma conquista do estado democrático de direito, da força das instituições e da própria Constituição."
Ele disse ainda que a votação obedeceu aos princípios do direito, frisando que o momento agora é de garantir o andamento das reformas propostas pelo governo.
"É diante dessa eloquente decisão que posso dizer que agora sigamos em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou há mais de um ano. Estamos retirando o Brasil da mais grave crise econômica da nossa história. É urgente colocar o país nos trilhos do crescimento, da geração de empregos, da modernização e da justiça social." Fonte: BBC Brasil - 2 agosto 2017

A evolução do trabalho ao longo da história

Até a Idade Média, o trabalho tinha má reputação. Então Martinho Lutero o pregou como dever divino. Hoje, robôs ameaçam substituir a mão de obra humana, mas esta pode ser uma oportunidade positiva para os humanos.

ÓCIO COMO IDEAL
Entre os pensadores da Grécia Antiga, trabalhar era malvisto. Aristóteles colocava o trabalho em oposição à liberdade ,e Homero via na ociosidade da antiga nobreza grega um objetivo desejável. O trabalho pesado era para mulheres, servos e escravos.

QUEM FAZ FESTA NÃO TRABALHA
Na Idade Média, trabalhar na agricultura era uma tarefa árdua. Quem era obrigado a trabalhos forçados por seus patrões, não tinha escolha. Mas, quem a tinha, preferia fazer festa e não se preocupar com o amanhã. Pensar em algum tipo de lucro era considerado vício. Uma cota de até cem dias livres por ano servia para garantir que o trabalho não ficasse em primeiro plano.

TRABALHO COMO ORDEM DIVINA
No século 16, Martinho Lutero declarou a ociosidade um pecado. O homem nasce para trabalhar, escreveu Lutero. Segundo ele, o trabalho é um "serviço divino" e ao mesmo tempo "vocação". No puritanismo anglo-americano, o trabalho é visto como um sinal de que quem o executa foi escolhido por Deus. Isso acelerou o desenvolvimento do capitalismo.

A SERVIÇO DAS MÁQUINAS
No século 18, começou a industrialização na Europa. Enquanto a população crescia, diminuía o espaço cultivável. As pessoas migraram para as cidades em busca de trabalho em fábricas e fundições. Em 1850, muitos ingleses trabalhavam 14 horas por dia, seis dias por semana. Os salários mal davam para sobreviver. Descobertas como a máquina a vapor e o tear mecânico triplicaram a produção.

OTIMIZAÇÃO DA LINHA DE MONTAGEM
No início do século 20, Henry Ford aperfeiçoou o trabalho na linha de montagem da indústria automobilística, estabelecendo padrões para a indústria em geral. Com isso, a produção do Ford modelo T foi facilitada em oito vezes, o que baixou o preço do veículo e possibilitou salários mais altos aos funcionários.

SURGE UMA NOVA CLASSE
Com as fábricas surge uma nova classe: o proletariado. Para Karl Marx, que cunhou este termo, o trabalho é a essência do homem. O genro de Marx, o socialista Paul Lafargue, constatou em 1880: "Um estranho vício domina a classe trabalhadora em todos os países (...) é o amor ao trabalho, um vício frenético, que leva à exaustão dos indivíduos". O cartaz acima diz: "Proletários do mundo, uni-vos"

PRODUÇÃO BARATEADA
Ao longo do século 20, aumentaram significativamente os custos sociais com os trabalhadores nas nações mais ricas do mundo. Como resultado, as empresas transferiram a produção para onde a mão de obra é mais barata. Em muitos países pobres prevalecem até hoje circunstâncias que lembram o início da industrialização na Europa: trabalho infantil, salários baixos e falta de segurança social.

NOVAS ÁREAS DE TRABALHO
Enquanto isso são criados na Europa mais empregos no setor de prestação de serviços. Cuidadores de idosos são procurados desesperadamente. Novos campos de trabalho estão se abrindo como resultado das transformações sociais e dos avanços tecnológicos. Com o passar do tempo, a jornada de trabalho foi reduzida e o volume de trabalho per capita diminuiu 30% entre 1960 e 2010.

TRABALHAR, NUNCA MAIS?
Eles não fazem greve, não exigem aumento salarial e são extremamente precisos: os robôs industriais estão revolucionando o mundo do trabalho. O economista americano Jeremy Rifkin fala até de uma "terceira revolução industrial" que irá acabar com salário assalariado.

ROBÔS VÃO NOS SUBSTITUIR?
Esta pergunta já é feita há 40 anos, desde que a automação chegou às fábricas, mas agora a situação parece se acirrar. Com o avanço da digitalização, da Internet das Coisas e da Indústria 4.0, muitas ocupações estão se tornando obsoletas – e não só na indústria.

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (DO TRABALHO)
As máquinas fazem o trabalho e as pessoas têm tempo para o essencial, segundo a utopia. A proteção ambiental, o atendimento de idosos e doentes e o apoio aos necessitados são tarefas no momento executadas primordialmente por voluntários. No mercado de trabalho do futuro, a vocação pode voltar a se transformar em carreira. Fonte: Deutsche Welle – agosto de 2017

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Luiz Melodia morre aos 66 anos

Cantor e compositor lutava contra um câncer na medula óssea. Autor de "Pérola negra" deixa várias composições e gravações que marcaram a música popular brasileira.

O cantor e compositor carioca Luiz Melodia morreu na sexta-feira (04/08), no Rio de Janeiro, enquanto lutava contra as complicações de um câncer na medula óssea. O corpo será velado na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá.

Com o nome de Luiz Carlos dos Santos, o compositor nasceu no Morro do São Carlos, no bairro do Estácio, na região Central do Rio. Filho do sambista Oswaldo Melodia, Luiz Melodia lançou seu primeiro LP, Pérola negra, em 1973, aos 22 anos.

Ao longo da vida, o artista gravou numerosos discos e se apresentou diversas vezes na Europa. Seu último álbum, Zerima, foi lançado em 2014. Fonte: Deutsche Welle – 04.08.2017