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domingo, 20 de outubro de 2019

Como aprendemos a comer plantas tóxicas como mandioca

A mandioca é muito perigosa se não for preparada adequadamente, então como as pessoas desenvolveram e compartilharam esse conhecimento?

Em 1860, os exploradores Robert Burke e William Wills lideraram a primeira famosa expedição europeia pelo interior desconhecido da Austrália. Mas a sorte não esteve ao lado deles. Devido a uma combinação de falta de comando, mau planejamento e azar, Burke, Wills e um terceiro integrante, John King, ficaram sem comida na viagem de volta.

Burke e Wills ficaram presos às margens do rio Cooper's Creek, e não conseguiram pensar em um jeito de transportar consigo água suficiente para atravessar um trecho de deserto até o posto de controle colonial mais próximo, no Mount Hopeless.

As adversidades enfrentadas pelo trio, contudo, não pareciam afetar o cotidiano do povo nativo, os yandruwandha. Os yandruwandha deram aos exploradores bolos feitos a partir de vagens esmagadas de uma samambaia chamada nardoo. Burke brigou com eles e, imprudentemente, os afastou ao disparar sua pistola.

Mas talvez o trio já tivesse aprendido o suficiente para sobreviver? Eles encontraram nardoo fresco e decidiram fazer seus próprios bolos. No começo, tudo parecia correr bem. Os bolos nardoo satisfaziam seu apetite, mas eles se sentiam cada vez mais fracos.

Dentro de uma semana, Wills e Burke estavam mortos. Acontece que o nardoo requer um preparo complexo. O nardoo, um tipo de samambaia, é coberta por uma enzima chamada tiaminase, que é tóxica para o corpo humano. A tiaminase impede a absorção pelo corpo da vitamina B1, que tem entre suas principais funções o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas e a estimulação de nervos periféricos.

Em outras palavras: embora tivessem comido, Burke, Wills e King continuavam desnutridos.
Os yandruwandha, por outro lado, recorriam a um longo preparo para tornar a tiaminase menos tóxica.

Praticamente morto, King buscou ajuda dos yandruwandha, que o mantiveram vivo até a chegada da ajuda de outros exploradores europeus meses depois. Ele foi o único membro da expedição que sobreviveu.

Como comida, a nardoo é mais uma curiosidade. O que não é o caso da mandioca, que é uma fonte vital de calorias em várias regiões do mundo, em particular na África e na América Latina.

À rigor, há dois tipos de mandioca, a mandioca mansa, também chamada de mandioca de mesa (conhecida também no Brasil pelos nomes de macaxeira e aipim), e a mandioca brava, conhecida como mandioca de indústria. As duas são extremamente parecidas, mas a mandioca brava é altamente tóxica - e requer um procedimento industrial ou um ritual de preparação tedioso e complexo para torná-la um alimento seguro. Ela libera cianeto de hidrogênio.

Nos centros urbanos, a mandioca comercializada como alimento é sempre a mansa. Mas em zonas rurais, em lugares mais remotos na África, a mandioca mais comum pode ser a brava, e, por isso, se não fora preparada adequadamente, pode causou sérios problemas de saúde.

Um deles é uma condição chamada konzo, com sintomas que incluem paralisia súbita das pernas.

Em 1981, em Nampula, Moçambique, um jovem médico sueco chamado Hans Rosling não sabia disso. Como resultado, passou por uma situação profundamente intrigante.
Mais e mais pessoas batiam à porta de sua clínica com paralisia nas pernas. Poderia ser um surto de poliomielite? Não. Os sintomas não estavam descritos em nenhum livro.

Com o início da guerra civil em Moçambique, poderiam ser armas químicas?
A mulher e os filhos de Rosling deixaram o país, mas ele decidiu continuar suas investigações in loco.Foi uma colega de Rosling, a epidemiologista Julie Cliff, que acabou descobrindo o que estava acontecendo.

As refeições de mandioca que eles ingeriam haviam sido processadas de forma incompleta. Já com fome e desnutridos, não podiam esperar tempo suficiente para tornar a mandioca segura. E, como resultado, desenvolveram o konzo.

Plantas tóxicas estão por toda parte. Às vezes, processos simples de cozimento são suficientes para torná-las comestíveis. Mas como alguém aprende a elaborada preparação necessária para a mandioca ou o nardoo?

Para Joseph Henrich, professor de biologia evolucionária humana na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, esse conhecimento é cultural, e nossas culturas evoluem por meio de um processo de tentativa e erro análogo à evolução em espécies biológicas.

Assim como a evolução biológica, a evolução cultural pode - com tempo suficiente - produzir resultados impressionantemente sofisticados.

Funciona assim, segundo Henrich: em algum momento, alguém descobre como tornar a mandioca menos tóxica. Com o passar do tempo, outras descobertas são feitas. Esses rituais complexos podem, assim, evoluir, cada um ligeiramente de forma mais eficaz que o anterior.

Na América do Sul, onde humanos comem mandioca há milhares de anos, as tribos aprenderam os muitos passos necessários para desintoxicá-la completamente: raspar, ralar, lavar, ferver o líquido, deixar a massa repousar por dois dias e depois assar.

Quando questionados sobre por que fazem isso, poucos vão dizer que se trata de cianeto de hidrogênio. Eles simplesmente vão dizer "esta é a nossa cultura".

Na África, a mandioca foi introduzida apenas no século 17. Não veio com um manual de instruções. O envenenamento por cianeto ainda é um problema ocasional; as pessoas recorrem a técnicas porque o aprendizado cultural ainda está incompleto.

Henrich argumenta que a evolução cultural é muitas vezes muito mais inteligente do que nós.

Seja construindo um iglu, caçando um antílope, acendendo uma fogueira, fazendo um arco longo ou processando mandioca, aprendemos não porque entendemos os princípios básicos, mas imitando.

Em 2018, um estudo desafiou os participantes a colocar pesos nos raios de uma roda para maximizar a velocidade com que ela descia uma ladeira.
Os conhecimentos adquiridos eram passados para o próximo participante, que, assim, se saíam muito melhor. No entanto, quando questionados, eles não mostraram nenhum sinal de realmente entender por que algumas rodas rodavam mais rápido que outras.

Estudos realizados posteriormente mostram que o comportamento de imitar é instintivo entre humanos.

Testes revelam que chimpanzés de dois anos e meio e humanos têm capacidades mentais semelhantes - a menos que o desafio seja aprender a imitar alguém. Crianças são muito melhores em imitar do que os chimpanzés.

E os humanos imitam de uma maneira ritualística que os chimpanzés não seguem. Os psicólogos chamam isso de superimitação.
Pode parecer que os chimpanzés são mais inteligentes. Mas se você estiver processando raízes de mandioca, a superimitação é de extrema importância.

Se Henrich estiver certo, a civilização humana se baseia menos em inteligência bruta do que em uma capacidade altamente desenvolvida de aprender um com o outro.
Ao longo das gerações, nossos ancestrais acumularam ideias úteis por tentativa e erro, que foram copiadas pelas gerações seguintes.

Sem dúvida, algumas ideias menos úteis foram misturadas com elas, como a necessidade de uma dança ritual para fazer as chuvas chegarem, ou a convicção de que sacrificar uma cabra fará com que um vulcão não entre em erupção.
Mas no geral, aparentemente, fizemos melhor copiando sem questionar do que supondo, como os chimpanzés, que éramos suficientemente inteligentes para dizer quais etapas poderíamos ignorar com segurança.

É claro que a evolução cultural pode nos levar até um determinado patamar. Agora temos o método científico para nos dizer que sim, realmente precisamos deixar a mandioca descansar por dois dias, mas, não, o vulcão não se importa com as cabras.

Quando entendemos os princípios básicos, podemos evoluir mais rapidamente do que por tentativa, erro e imitação. Mas não devemos menosprezar o tipo de inteligência coletiva que salvou a vida de King.
Foi o que tornou possível a civilização - e uma economia em funcionamento. Fonte: UOL Noticias - 10/09/2019  

sábado, 6 de julho de 2019

Ministério proíbe venda de azeite de oliva de seis marcas após descoberta de fraudes

RESUMO DA NOTÍCIA
• Seis marcas de azeite tiveram sua venda proibida por serem feitos, na verdade, com outros óleos. A inspeção foi feita pelo Ministério da Agricultura
• As marcas são: Oliveiras do Conde, Quinta Lusitana, Quinta D'Oro, Évora, Costanera e Olivais do Porto
•Supermercados, varejistas e atacados devem notificar os estoques desses produtos e serão denunciados caso os apresentem a venda

Fiscalização detectou que produtos eram fraudados e impróprios ao consumo e deverão ser recolhidos de atacados e supermercados até segunda-feira (8).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proibiu a venda de azeites de oliva de seis marcas após a fiscalização de ter encontrado produtos fraudados e impróprios ao consumo. Até a próxima segunda-feira (8), deverão ser recolhidos dos supermercados e atacados de todo o país os azeites das marcas;
■Oliveiras do Conde,
■Quinta Lusitana,
■Quinta D’Oro,
■Évora,
■Costanera
■e Olivais do Porto.

O Ministério determinou que as redes varejistas e atacadistas (onde foram encontrados os produtos fraudados) informem os estoques existentes, sob pena de autuação em caso de omissão de informações. Os responsáveis pelas marcas são Rhaiza do Brasil Ltda, Mundial Distribuidora e Comercial Quinta da Serra Ltda.

Os comerciantes que forem flagrados vendendo os produtos, após as advertências, serão denunciados ao MPF (Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão), encaminhados à Polícia Judiciária para eventual responsabilização criminal e multados em R$ 5 mil por ocorrência com acréscimo de 400% sobre o valor comercial dos azeites.

A fiscalização do Mapa encontrou os produtos fraudados em oito estados, desde Alagoas até Santa Catarina, em redes de atacado, atacarejo e pequenos mercados. Foram analisadas 19 amostras do Oliveiras do Conde; oito do Quinta Lusitana e duas da marca Évora. Da Costanera e Olivais do Porto, foram encontrados rótulos em uma fábrica clandestina, em Guarulhos (SP).

FÁBRICA CLANDESTINA
Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério, Glauco Bertoldo, a proibição foi resultante de operação, realizada em 12 de maio, pela Delegacia de Polícia de Guarulhos (Demacro – PC/SP), que descobriu uma fábrica clandestina de azeites falsificados, com mistura de óleos, sem a presença de azeite de oliva. “Atualmente, o azeite de oliva é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, perdendo apenas para o pescado”, alerta o diretor. Glauco Bertoldo adverte que a adulteração e falsificação de azeite de oliva, além de ser fraude ao consumidor, é crime contra a saúde pública.

Para comprovar a fraude, o Ministério utilizou pela primeira vez equipamento de análise que emite raios infravermelhos, capazes de fazer a leitura da composição dos produtos (ácidos graxos), com resultado instantâneo. As amostras também foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) do Rio Grande do Sul, que utilizou novo equipamento que detecta óleos refinados e misturas mesmo que adicionadas em quantidades baixíssimas.
Após a descoberta da fábrica clandestina pela polícia, foi realizada uma força-tarefa pelo ministério em Curitiba e São Paulo, no qual foram testadas 54 marcas de azeite de oliva em grandes redes de varejo. A força-tarefa constatou conformidade de 98,1% das marcas analisadas. O que atesta que o varejo possui controle de qualidade eficiente para selecionar fornecedores. Entretanto, as ações de fiscalização do Mapa evidenciam que este fato não se repete em redes de atacados, atacarejos, e pequenos mercados.

ALERTAS
O Ministério alerta que o consumidor deve desconfiar de azeites muito baratos, pois, em geral, são fraudados. Glauco Bertoldo constata que os produtos fraudados custam em média entre R$ 7 e R$ 10, e o verdadeiro azeite de oliva tem preço a partir de R$ 17.

Em 2017, o Ministério desencadeou a Operação Isis que detectou fraude que consistia na mistura de óleo de soja com óleo de oliva lampante importado (de péssima qualidade, impróprio para o consumo e usado em lamparinas). Desde então, o Ministério conseguiu coibir a importação do lampante.Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-Publicado: 05/07/2019 

sábado, 8 de setembro de 2018

Para 16 milhões de americanos, leite achocolatado vem de vacas marrons

Não, as vacas marrons não produzem leite achocolatado Não, as vacas marrons não produzem leite achocolatado  Um estudo realizado pelo Innovation Center for U.S. Dairy, organização que reúne produtores de laticínios nos Estados Unidos, revelou que 7% dos americanos adultos acreditam que o leite achocolatado é produzido por vacas marrons. O percentual parece pequeno, mas em números absolutos são cerca de 16,4 milhões de pessoas desinformadas. Além disso, 48% dos entrevistados não fazem ideia de onde vem o leite achocolatado.

A pesquisa faz parte de uma campanha de informação sobre o consumo do leite. O trabalho foi publicado no início do mês no site "Food&Wine", mas ganhou repercussão apenas nesta sexta-feira, quando foi divulgado pelo “Washington Post”, um dos maiores jornais daquele país. As entrevistas foram realizadas pela Edelman Intelligence entre os dias 5 e 9 de maio deste ano, com mil adultos de todos os 50 estados americanos, por meio de questionários on-line, informou  Lisa McComb, responsável pela comunicação do Innovation Center for U.S. Dairy.

Os resultados trazem outros dados interessantes;
■ 63% dos entrevistados que disseram preferir ficar em casa e comer cookies com leite numa sexta-feira do que sair,
■  cada quatro americanos iria a uma loja de conveniência antes das 6h apenas para comprar leite.
■ 9 em cada dez americanos consomem leite diariamente, e
■ 43% começam o dia com alguma bebida com leite.

DESINFORMAÇÃO
Mas o dado que mais chama atenção é realmente a desinformação de uma parcela da população. Tanto que a organização criou uma página em seu site especialmente para dizer que se trata de um “mito”.
 “Na verdade, o leite achocolatado, ou qualquer leite com sabor, é o leite branco da vaca com aditivos e adoçantes”, explica a organização.
A matéria publicada pelo “Washington Post” chama atenção para outros dados que revelam a falta de informação básica dos americanos em relação aos produtos agropecuários. Eles não sabem onde o alimento é cultivado, nem como ele chega aos mercados. Um estudo do Departamento da Agricultura realizado na década de 1990 descobriu que um em cada cinco adultos não sabia que os hambúrgueres são feitos de carne.

— No fim, trata-se de uma questão de exposição — disse Cecily Upton, cofundadora da ONG FoodCorps, que oferece educação alimentar em escolas primárias. — Agora, nós estamos condicionados a pensar que se você precisa de comida, você vai ao mercado. Nada no nosso sistema educacional ensina às crianças de onde vem a comida até aquele ponto. Fonte: Extra - 16/06/17  

terça-feira, 12 de junho de 2018

Dez regras dos restaurantes na Alemanha

Da leitura conjunta do cardápio à Coca-Cola sem gelo e às gorjetas no banheiro. Confira dez particularidades que você deve conhecer antes de ir a um restaurante alemão.

1-SENTE-SE COM DESCONHECIDOS
Nos restaurantes alemães, você provavelmente não será recebido por um funcionário sorridente, que segura um cardápio à porta. O lado bom disso é que é possível escolher a própria mesa. Em pequenos cafés, sentar-se com desconhecidos é comum, portanto, não fique surpreso se um estranho se juntar à sua mesa, especialmente se você estiver sentado sozinho.

2-DIVIDA O CARDÁPIO
Já que não há "escolta" até a mesa, pode também não haver ninguém para trazer um cardápio. Normalmente, há um ou dois sobre a mesa, e, quase sempre, há menos cardápios do que cadeiras. Portanto, se você for jantar com amigos, é bem possível que seja necessário ler as opções em conjunto.

3-NÃO ESPERE ATENDIMENTO PERSONALIZADO
Não pense que um atendente irá parar ao lado da mesa assim que você se sentar. Talvez seja necessário, primeiramente, dar uma boa olhada em volta até que haja contato visual suficiente para que você possa fazer o pedido. Geralmente, não há um funcionário específico para cada mesa.

4-NÃO VÁ COM SEDE
Não há bebida de graça nos restaurantes alemães. Ao contrário de estabelecimentos em outros lugares do mundo, é preciso pagar até mesmo por água, com ou sem gás. E fique atento: a água custa pelo menos o mesmo que uma cerveja.

5- PENSE ANTES DE TOCAR
Em muitos restaurantes, pão acompanha a refeição, mas a cesta não é reposta depois de esvaziada. No sul da Alemanha, pretzels e vários tipos de pães costumam ser dispostos sobre as mesas, mas cuidado: o garçom costuma contar exatamente o quanto foi consumido. Por isso, uma inocente mordida poderá aumentar a conta.

6- APRENDA A LÍNGUA DO GARFO
Se a refeição foi finalizada há meia hora, mas o prato continua sobre a mesa, é provável que você não fale a "língua do garfo". Colocar os talheres na posição 3 ou 4 horas (pense nos ponteiros do relógio) significa que você está satisfeito. Também é um sinal de que seus companheiros de mesa podem roubar o que sobrou no seu prato.

7- NÃO ESPERE GELO NA BEBIDA
Cubos de gelo são uma raridade, mesmo para bebidas como Coca-Cola ou Sprite. De acordo com a sabedoria popular, não é saudável consumir líquidos não alcoólicos com temperatura abaixo da ambiente. Enquanto Coca, água com gás, sucos e outras bebidas são servidas mornas, pode ter certeza de que a cerveja estará na temperatura correta — ao menos para o gosto dos alemães e sem cubos de gelo, é claro.

8- LEVE MOEDAS AO BANHEIRO
Depois de tomar Coca-Cola quente, é muito provável que você precise ir ao banheiro. Não fique surpreso ao ver uma pessoa vestindo um jaleco branco perto de um prato cheio de moedas. Ela está lá para limpar o banheiro e, por isso, espera uma pequena gorjeta, independentemente de quanto custou a comida. Não se esqueça de colocar uma moeda de 50 centavos no bolso antes de deixar a mesa.

9- PREPARE-SE PARA DAR SUA OPINIÃO

Os garçons alemães são treinados para perguntar sobre a satisfação do cliente quando tiram a mesa. Pode parecer não muito prático, uma vez que o jantar já terminou e nada mais pode ser feito para melhorá-lo. A resposta correta para "estava tudo em ordem?" é "bom". Se você responder "horrível", esteja preparado para receber um mero e educado aceno com a cabeça em troca.

10- CUIDADO COM AS GORJETAS
Num país estrangeiro, a hora da gorjeta pode levar turistas a cometer gafes. Na Alemanha, a conta geralmente é arredondada. Destinar 5% a 10% do valor total é praticamente uma regra. Por uma refeição que custa 36,40 euros, é normal pagar 38 euros, caso você esteja satisfeito com a comida e o serviço, 39, se você precisar de um euro para o banheiro, ou 40, se você não quiser carregar o troco. Fonte: Deutsche Welle – Apr 21, 2017

sábado, 5 de maio de 2018

Ministério de Agricultura reprova quase 60% das amostras de azeite de oliva

A Operação Isis, realizada pelo Ministério da Agricultura, reprovou 59,7% das amostras de azeite de oliva comercializadas no País. Assim, 300 mil litros de produtos irregulares foram retirados do mercado, informou o ministério, em nota. Além disso, mais 400 mil litros de outros produtos classificados como temperos, mas com rótulos de azeite de oliva também foram recolhidos.
A fiscalização analisou 107 marcas de 65 empresas, divididas em dois grupos. No primeiro, 39 empresas tiveram 108 lotes de amostras aprovados. Já no segundo grupo, 26 empresas tiveram 160 lotes reprovados.

Para a análise, foram solicitadas a comprovação de compra da matéria-prima e a nota fiscal de saída do produto. O ministério constatou que muitas empresas não apresentaram fundamentos para vender azeite de boa qualidade. A fraude mais recorrente é a mistura do azeite de oliva com outros tipos de óleos. As empresas com lotes reprovados por fraude foram punidas com autuação e multa com valor mínimo de R$ 5 mil, acrescido de 400% sobre o valor da mercadoria.

A ação teve início em janeiro e terminará em dezembro, com previsão de avaliar mais 470 amostras do produto em todo o Brasil. Os que foram apreendidos ficam proibidos para consumo humano, mas estão liberados para reciclagem industrial, principalmente a fabricação de sabão. O Brasil é o segundo maior importador mundial do azeite de oliva, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2017, o País importou 60 mil toneladas do óleo.

Conforme a coordenadora-geral de Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Fátima Parizzi, as duas principais irregularidades na comercialização do produto são a mistura do azeite de oliva com outros óleos e a tentativa de iludir o consumidor pelo rótulo. "O consumidor precisa estar atento e não se deixar enganar pelas embalagens bonitas com ilustrações de azeitona ou com referências a Portugal e Espanha", explicou. "Outro ponto muito importante é o preço. O consumidor deve desconfiar da unidade de 500 mililitros vendida por menos de R$ 10."

No rótulo, para que o produto seja considerado "azeite de oliva virgem", ou "extravirgem", não é permitida a presença de óleos vegetais refinados, de outros ingredientes e aromas ou sabores de qualquer natureza. No caso de azeite de oliva refinado, o rótulo mencionará obrigatoriamente que é do "tipo único", informa Fátima Parizzi. Fonte: Bol Noticias - 01/05/2018

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Shoyu brasileiro é feito de milho

Pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, descobriram que o molho shoyu comercializado no Brasil não é feito de soja, mas sim de milho.

“O que a indústria brasileira oferece ao consumidor não é shoyu propriamente dito, é um molho escuro e salgado elaborado a partir de milho, que deveria ter outro nome”, explica a bióloga Maristela Morais, uma das coordenadoras do grupo.

Em outros países, como Japão, China e Coreia do Sul, o molho é feito com soja e pequenas porções de outros cereais, como trigo ou cevada.

No estudo, os pesquisadores mediram a proporção de duas variantes de carbono nas amostras de shoyu de 70 marcas vendidas no país. No estudo, eles descobriram que o milho é o principal componente do molho. Os produtos analisados tinham, em media, menos de 20% de soja em sua composição.

De acordo com os pesquisadores, a utilização do milho na produção do molho de soja está relacionada ao barateamento na produção, já que o grão tem um preço menor do que a soja. “O uso de milho na produção de shoyu não é ilegal, já que a legislação brasileira não especifica qual deve ser a proporção de cereais usados na sua fabricação”, afirma a bióloga. Fonte: Yahoo Finanças –  quarta-feira, 25 de abril de 2018

domingo, 1 de abril de 2018

12 alimentos que acalmam e até ajudam a dormir melhor

CARBOIDRATOS INTEGRAIS
Deixar de consumi-los pode ser uma grande cilada para o seu humor. Um estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology) descobriu que abandoná-los faz com que seu cérebro deixe de regular a serotonina, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Ao mesmo tempo, a restrição diminui nossas reservas de glicogênio, o que pode levar à fadiga e dores pelo corpo

AMENDOIM
É um exemplo de alimento com triptofano, aminoácido que não é produzido naturalmente por nosso corpo e que se converte em serotonina. Em um estudo feito pela McGill University, voluntários que eram "argumentativos" (com base em testes de personalidade) tomaram suplementos de triptofano por 15 dias. Isso diminuiu os comportamentos do tipo "briguento" e aumentou os classificados como "agradáveis"

LEITE
Vale tomar um copo, momentos antes de dormir, pois também contém triptofano. O resultado? Músculos relaxados e mais facilidade na hora de pegar no sono. Melhor ainda adoçar com uma colher (café) de mel, o que vai aumentar a produção de insulina e, consequentemente, diminuir a quantidade de outros aminoácidos que competem com o triptofano

IOGURTE
O intestino tem um papel importante no estado de humor. Um estudo da Universidade da Califórnia feito com 36 mulheres saudáveis revelou que o consumo de probióticos no iogurte reduziu a atividade cerebral em áreas que lidavam com estresse. Ainda são necessários mais trabalhos sobre o tema, porém, considerando que o iogurte também está cheio de cálcio e proteína, só fará bem adicioná-lo a sua dieta

SALMÃO
O estresse pode causar um aumento nos hormônios de ansiedade. E os ácidos graxos ômega-3 desse peixe possuem propriedades anti-inflamatórias que ajudam a controlar os efeitos negativos. Por conta do ômega-3, também vale investir em peixes de água profunda, como atum e sardinha

CHOCOLATE AMARGO
O cacau tem o poder de regular os níveis de estresse, por reduzir hormônios como o cortisol. Seus antioxidantes também relaxam as paredes dos vasos sanguíneos, baixando a pressão e melhorando a circulação. Procure variedades que contenham no mínimo 70% de cacau (menos do que isso possui muito açúcar) e, por conta das calorias, não exagere: um quadradinho por dia já está ótimo

CASTANHA DE CAJU
O zinco é um componente que participa na modulação de pelo menos 3 mil proteínas diferentes do seu corpo. E níveis baixos dele influenciam em seu humor. Você pode ajudar seu organismo com um punhado de castanha de caju, que também são ricas em ômega-3 e proteínas, formando um lanche bem interessante

PISTACHE
Comê-lo pode reduzir a resposta do seu corpo ao estresse da vida cotidiana, de acordo com um estudo que acompanhou os voluntários por dez anos. Os pesquisadores da Pennsylvania State University descobriram que o pistache reduziu os efeitos do estresse sobre a pressão arterial. Além disso, quer algo mais calmante do que passar um tempo abrindo as cascas do pistache?

CHÁS CALMANTES
Opte por ervas como cidreira, melissa e camomila, por conta de seu efeito carminativo. Também são bons por conta do efeito vasodilatador da bebida quente, que faz a substância ser absorvida de forma mais rápida. Além disso, é uma forma de beber líquidos (e ninguém fica de bom humor desidratado), trazendo alívio para as funções intestinais e digestivas  

MARACUJÁ
Por conta das frações alcaloídicas e flavonoídicas, o maracujá agiria como depressor do sistema nervoso central, trazendo uma ação sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa. Mas, atenção: o efeito depende muito da sensibilidade de cada um. A indústria farmacêutica prefere apostar na passiflora, uma das variedades da família do maracujá, que possui maior concentração.

KIWI
Estudos apontam que possui antioxidantes benéficos para o tratamento dos distúrbios do sono. Um estudo avaliou os efeitos do kiwi nos padrões de sono dos voluntários, incluindo início, duração e qualidade. Os 24 participantes --que consumiram dois kiwis uma hora antes de deitar durante quatro semanas-- tiveram o tempo e a eficiência do sono aumentados significativamente. Fica a dica!  

BANANA
A fruta é cheia de potássio e magnésio, que são relaxantes musculares naturais. Além disso, ainda contém o aminoácido triptofano (o mesmo do leite), que se converte em 5-HTP no cérebro. Por sua vez, o 5-HTP é convertido em serotonina e melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal que age no controle dos ciclos de sono e vigília. Fonte: UOL Viva Bem – 26/03/2018

domingo, 17 de dezembro de 2017

A geração que pode viver menos que os pais porque não sabe comer

As crianças estão no Centro de Recuperação e Educação Nutricional (Cren) da Vila Jacuí, extremo leste de São Paulo, para tratamento de desnutrição - elas simplesmente não vinham ingerindo nutrientes o bastante para se desenvolverem até de chegarem ali, seja por comerem pouco ou por comerem mal.

Karina, de um ano e oito meses, frequenta o local diariamente há um ano. Era um dos casos mais agudos. "Quando chegou aqui, ela mal se mexia no bebê conforto", conta a nutricionista Mariana Ravagnolli, Ravagnolli.

Hoje, com apenas seis quilos, a menina ainda é pequenina para sua idade - nessa mesma faixa etária, a maior parte das meninas pesa pelo menos 10,5 quilos, de acordo com a tabela de referência da Organização Mundial da Saúde. Mas agora Karina tem energia. Ela experimenta o brócolis e passeia pela sala, oferecendo-o aos amigos.

"Ela evoluiu muito em desenvolvimento. Até aparece de vez em quando com aqueles arranhões de quem cai enquanto brinca", conta Ravagnolli.

A "aula" de brócolis é uma das estratégias do Cren para educar o paladar dos cerca de 80 bebês, crianças e adolescentes atendidos no local, que é conveniado à Prefeitura de São Paulo. Trata-se da oficina semanal de texturas e sabores, em que os menorzinhos podem cheirar, tatear e provar alimentos in natura que não costumavam estar no seu cardápio.

A ideia é justamente reduzir a resistência deles a comidas que, embora nutritivas, podem causar estranheza ao paladar.

Pelos corredores do Cren passeiam desde crianças muito franzinas, como Karina, até outras que estão claramente acima do peso, como Beatriz, que aos quatro anos já sofre com bullying na escola por conta da obesidade. Tanto Karina quanto Beatriz estão, segundo parâmetros médicos, desnutridas.

DESNUTRIÇÃO
É o desafio do Brasil do século 21: a desnutrição é um mal causado tanto pela falta de comida na mesa quanto pela má alimentação, em uma época em que crianças estão desde cedo expostas a salgadinhos, produtos lácteos artificiais e açucarados, bolachas recheadas e outras guloseimas ultraprocessadas que são usadas como substitutas de alimentos - mas que não suprem necessidades nutricionais.
"É o que chamamos de furacão da desnutrição: um problema com muitas causas", explica Ravagnolli.

"Temos desde famílias desestruturadas, que não dão conta de cuidar das crianças como elas precisam ou não têm dinheiro para alimentos saudáveis, até famílias bem organizadas, mas sem informações, ou que moram ao lado de um mercadinho onde se vendem várias 'besteiras', mas precisam pegar um ônibus para chegar à feira para comprar verduras."
O resultado é que o Cren chega a atender casos em que as crianças sofrem, ao mesmo tempo, de anemia (carência de nutrientes essenciais como ferro e zinco) e de colesterol alto (causado, muitas vezes, pela ingestão excessiva de alimentos gordurosos).

VULNERABILIDADE

Dados de 2016 do Ministério da Saúde indicam que 7% da população brasileira está desnutrida e 20% sofre de obesidade.
É nessa idade, porém, que, se necessárias, as intervenções são cruciais.

A desnutrição na infância causa, além do aumento da mortalidade e da recorrência de doenças infecciosas, prejuízos que podem ter impacto na vida toda, como atrasos no desenvolvimento psicomotor, mau desempenho escolar e menor produtividade ao chegar à idade adulta.
A obesidade também tem efeitos duradouros: crianças acima do peso têm mais risco de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, entre outros males.

No ritmo atual, calcula-se que o Brasil terá 11,3 milhões de crianças obesas até 2025 - é quase o tamanho da população da cidade de São Paulo.
"Pela primeira vez na história, as crianças têm uma expectativa de vida menor que a de seus pais por conta de uma alimentação inadequada", afirma Ravagnolli, referindo-se a estudos internacionais que preveem que a obesidade infantil possa criar uma geração de jovens adultos doentes.

EDUCAÇÃO DO PALADAR
Uma das formas de prevenir isso é, segundo especialistas, educar o paladar das crianças desde cedo.
"A alfabetização do paladar é uma das coisas mais importantes a se ensinar às crianças em seus primeiros três anos", diz à BBC Brasil Maria Paula de Albuquerque, gerente médica do Cren.
"A introdução alimentar, quando os bebês completam seis meses, é uma janela de oportunidades e dificuldades."

CARETAS E CUSPES: COMO LIDAR?
É nessa fase que muitos pais se descabelam tentando oferecer alimentos saudáveis em meio a caretas e cuspes - reações, aliás, que são normais, uma vez que os bebês estão se adaptando aos novos sabores e texturas.
"É um período difícil mesmo, em que nós, pais, sentimos angústia quando as crianças não comem", admite Ravagnolli. "Mas é importante não forçar a comida, justamente para não fazer com que o momento da refeição seja algo ruim."

O principal, nessa fase, é ofertar o máximo possível de alimentos saudáveis, de diferentes grupos - carboidrato, proteína animal, frutas, legumes, verduras e feijões - e também diferentes texturas.
Recomenda-se não transformar tudo em uma sopa de liquidificador, justamente para não perder essa diversidade de sabores.

Acima de tudo, é preciso armar-se de paciência: não é porque a criança pequena recusou ou cuspiu uma vez que ela não vai gostar daquele alimento em particular.
"Para a criança aceitar um alimento, ela pode precisar prová-lo até 15 vezes", explica Albuquerque. "É bom repetir esse alimento em formas diversificadas - por exemplo, o espinafre cru, depois refogado, depois em creme ou em uma torta."

Um erro comum é, diante da recusa da criança ao alimento saudável, os pais substituírem por produtos processados de mais fácil aceitação - ou "engrossarem" o leite dos pequenos com açúcar ou farinhas lácteas.

"É aquele alívio de 'pelo menos a criança comeu algo', mas é melhor que ela não coma nada do que vicie seu paladar ao sal e ao açúcar dos alimentos processados", diz Ravagnolli.
"E precisamos deixar de lado aquele hábito de que 'a criança precisa limpar o prato ou não vai ter sobremesa'. Isso só reforça que a comida saudável é ruim e a sobremesa é legal. Não podemos querer que todas as crianças comam em igual quantidade - elas precisam aprender (as sensações) da fome e da saciedade."
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NEOFOBIA ALIMENTAR'
As crianças e adolescentes atendidos nas duas unidades do Cren (nos bairros paulistanos da Vila Jacuí e da Vila Mariana) não passaram, em geral, por esse processo de alfabetização do paladar e muitas vezes sofrem do que a médica Maria Paula de Albuquerque chama de "neofobia alimentar": uma dificuldade com novos alimentos, uma vez que foram pouco expostas a eles.

"São crianças com uma dieta monótona e pobre", explica ela. "Por isso, fazemos oficinas lúdicas, para aumentar esse repertório, fazer uma aproximação afetiva com o alimento."
Para as crianças mais velhas, o processo inclui, além do manuseio dos alimentos, a preparação.

As crianças chegam ao Cren com quadro de desnutrição identificado em consultas nas Unidades Básicas de Saúde ou pelo próprio centro em visitas a comunidades carentes. A média de espera para atendimento é de um mês e meio na unidade da Vila Mariana e de dois meses e meio na Vila Jacuí.
O diagnóstico principal se dá não pelo peso, mas sim pela baixa estatura - detalhe que pode fazer a doença passar despercebida, uma vez que os pais às vezes acham que a criança é apenas baixinha, e não desnutrida.

"É uma doença invisível, com um diagnóstico muitas vezes tardio", explica Albuquerque. "Temos famílias em que a desnutrição está indo para a terceira geração. E não é aquela desnutrição africana (de crianças esquálidas), então não é tão impactante aos olhos. Mas tem consequências gravíssimas para a vida da criança. Compromete todo o seu desenvolvimento."

Mas, segundo Albuquerque, mesmo em famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade é possível promover mudanças de longo prazo na alimentação.
"Fizemos um acompanhamento (de alguns pacientes) depois de sete anos e muitos continuaram com os bons hábitos alimentares após a alta, mesmo sem terem saído da favela", explica ela.
"O crucial é mudar a relação com a comida. Isso passa pelo que a gente come, e como a gente come - a quantidade de comida, a qualidade e o hábito de comer em família, em um ambiente tranquilo." Fonte: BBC Brasil- quinta-feira,14 de dezembro 2017