segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Catalunha: Líder deixa Madri sem resposta

O chefe do governo regional catalão, Carles Puigdemont, deixou nesta segunda-feira (16/10) sem resposta o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que havia fixado a data como limite para ele esclarecesse se declarou a independência da Catalunha ou não.

Na carta de resposta a Rajoy, Puidgemont propõe um período de dois meses de diálogo diante de uma situação que seria a "transcendência que exige respostas e soluções políticas à altura". "São as [soluções] que nos pede a sociedade e as que se esperam na Europa", afirmou Puigdemont no documento.

O ministro espanhol da Justiça, Rafael Catalá, disse imediatamente depois da divulgação da resposta que o governo espanhol não considera o texto de Puigdemont válido, por falta de clareza.
Catalá lembrou que, além de perguntar sobre a independência, Rajoy havia dado um segundo prazo ao líder catalão – até esta quinta-feira – para que explicasse as medidas que vai adotar para cumprir as leis espanholas.

O texto tem tom conciliador e contém dois pedidos. O primeiro é que cesse "a repressão contra o povo e o governo da Catalunha", em alusão à atuação da Justiça contra os organizadores do polêmico referendo independentista de 1º de outubro e aos incidentes violentos daquele dia entre eleitores e policiais que tinham ordens de impedir a votação.

"Nossa intenção é percorrer o caminho em comum acordo tanto em relação ao tempo quanto em relação à forma. Nossa proposta de diálogo é sincera e honesta", sinaliza Puigdemont, dirigindo-se a Rajoy. "Nossa proposta é sincera apesar de todo o ocorrido, mas logicamente é incompatível com o atual clima de crescente repressão e ameaça."

O segundo pedido é concretizar "o quanto antes" uma reunião para discutir "os primeiros acordos". "Não deixemos que se deteriore mais a situação", conclui a carta. "Com boa vontade, reconhecendo o problema e olhando-o de frente, estou seguro de que podemos encontrar o caminho para a solução."

O vice-presidenta do Governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, também lamentou a resposta ambígua dada por Puigdemont nesta segunda-feira e exigiu que ele volte à legalidade antes do próximo prazo dado pelo Governo, previsto para quinta-feira, para implementar o artigo 155 da Constituição, que permite ao Governo central intervir nos poderes autônomos. "Não é difícil responder ao questionamento que fizemos. Não é difícil voltar ao bom senso", disse Sáenz de Santamaría, que lembrou que o 155 não serve para suspender o Governo autônomo, mas para que "o Governo autônomo seja executado de acordo com a legalidade ". Fonte: Deutsche Welle – 16.10.2017; El País - Barcelona 16 OUT 2017

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