sábado, 31 de janeiro de 2015

A saga da galinha

Como uma ave selvagem arisca e de difícil trato foi retirada da selva no sul da Ásia, domesticada, e se espalhou por 4.000 anos até tomar o planeta inteiro? Essa é a pergunta que o jornalista Andrew Lawler ataca no livro "Why did the chicken cross the World?" (Por que a galinha atravessou o mundo?).

É estranho pensar que, apesar de a ave ter hoje uma população de 20 bilhões, graças às granjas de confinamento maciço-, questões sobre sua origem sejam tão difíceis de se responder.

Cientistas não sabem como era exatamente o galo que originou os frangos domésticos, mostra Lawler. Populações selvagens já estão tão "contaminadas" com genes de galinhas domésticas que mesmo estudos de DNA não dão respostas precisas sobre a origem desse animal.

A chave para tal, curiosamente, pode não estar mais na Ásia. As herdeiras mais "puras" da ave selvagem são hoje descendentes de galos-vermelhos que o ecólogo Gardiner Bump importou de Burma para os EUA na década de 1950 e foram mantidas isoladas de galinhas domésticas.

Mesmo com a história natural do animal ainda obscura, Lawler mostra como a galinha tem sido útil para estudar arqueologia. Seu DNA vem sendo usado, por exemplo, para investigar a colonização das ilhas do Pacífico. O primeiro frango exportado em direção ao Ocidente provavelmente saiu do vale do rio Indo, há quatro milênios, mas ninguém sabe se este povo foi o primeiro a domesticar a ave, nem o único.

Lawler, que rodou o mundo para escrever o livro, explora também a história cultural da relação dos homens com esse animal. Sem julgar ninguém, mesclou-se a grupos tão distintos quanto apostadores de rinha de galo e ativistas de direito animal.

O livro não traz uma resposta fácil para a questão do título, mas é eficaz em mostrar o quanto o frango revela sobre a história humana.

O Mundo é um ovo. Como a galinha se espalhou da Ásia para todo o planeta

Domesticadas no vale do rio Indo, as galinhas passaram a migrar com humanos em duas direções.



1 - Rio Indo-2600 a.C : A civilização que exportou galinhas domesticadas pela primeira vez provavelmente é a que habitava o rio Indo. Há evidências de que já consumiam frango ao curry.

2- Mesopotâmia-1950a.C : As rotas de comércio pelo golfo Pérsico levaram a galinha até a cidade de Ur, onde o rei Ibbi‑Sin gostava de criar animais exóticos. Iniciou-se um culto sagrado à ave.

3-  China-1500 a.C.-200 d.C : O frango já habitava terras chinesas desde priscas eras (antigas eras), mas sua popularização como ave doméstica veio depois, possivelmente por contato com a civilização do Indo.

4- Egito-1450 a.C. :  Incursões do faraó Tutmés 3° na Mesopotâmia podem ter resultado no transporte do primeiro frango ao Egito. A ave já tinha a aparência atual da galinha doméstica

5- A Pérsia-550 a.C. : A civilização que mais espalhou o frango pelo  mundo foi a persa. Na época de Ciro já era possível achar galinhas de uma área que vai do atual Cazaquistão à  Turquia

6- Roma-50 d.C. :  Após ser levado à Grécia pelos fenícios, o frango chegou a Roma, de onde se espalhou para quase toda a dimensão do império, chegando até a atual Alemanha.

7- Pacífico-1200 : Após chegar ao extremo Oriente, a galinha seguiu com povos que chegaram pela primeira vez a pontos isolados no Pacífico, indo até o Havaí e a ilha de Páscoa

8- Américas-1493: Em sua segunda viagem ao Caribe, em 1493, Colombo deixou 200 galinhas na ilha de São Domingos, que formaram a primeira granja das Américas.

9- Globalização-1600 : Quando europeus começaram a colonizar o Pacífico, já estava claro que galinhas haviam chegado a praticamente todas as populações humanas do planeta.

Origem


Quatro espécies de aves selvagens antecederam a galinha doméstica

1-Ramo Bengal – Galo‑de‑Lafayette (Sri Lanka) e Bengal (Índia e Paquistão)

2-Ramo Galo‑Verde – Galo‑vermelho (Sul e Sudeste da Ásia) e Galo‑verde (Indonésia)

Sri Lanka – Galo‑de_lafayette (Gallus lafayettii): Populações selvagens da espécie estão ilhadas no Sri lanka. É capaz de hibridizar com galinhas domésticas.

India e Paquistão – Bengal (Gallus sonneratii): Apesar de ser a espécie mais distante do galo‑vermelho transmitiu parte de seu DNA para as galinhas domésticas

Sul e sudeste da Ásia – Galo‑vermelho (Gallus gallus): É o principal ancestral da galinha doméstica. Curiosamente, a mais arisca das três espécies selvagens

Indonésia – Galo‑verde (Gallus varius): É a espécie mais próxima ao galo‑vermelho, mas não há certeza sobre seu papel como ancestral das galinhas selvagens. Fonte: Folha de São Paulo - 25/01/2015  

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Davos Bolivariano


A la posesión presidencial del tercer mandato de Evo Morales participaron seis presidentes de la región, un primer ministro, cinco vicepresidentes y representantes de cerca de 40 países. Entre los presidentes asistentes estuvieron de Brasil, Dilma Rousseff; de Ecuador, Rafael Correa; de Paraguay, Horacio Cartes; de Venezuela, Nicolás Maduro; de Costa Rica, Luis Guillermo Solis, y de Trinidad y Tobago, Anthony Carmona. Las autoridades diplomáticas participaro

Comentário: A presidente do Brasil optou pelo Davos Bolivariano onde podemos vangloriar do nosso desenvolvimento em vez do Davos Europeu, onde somos considerado país emergente ou  agora, país que está na UTI e aguardamos os efeitos colaterais

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Pobreza fica estagnada na América Latina, afirma Cepal

A pobreza afetou 28,1% da população da América Latina e do Caribe em 2014, número que mostra que o processo de redução ficou estagnado desde 2012, revelou a Cepal em Santiago, no Chile.

Segundo o Panorama Social da América Latina 2014 elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o número de pessoas pobres chegou a 167 milhões na região no ano passado, das quais 71 milhões estavam em situação de indigência.

O número de pobreza se mantém no mesmo nível desde 2012, mas desde então a indigência aumentou de 11,3% para 12% em 2014, "tudo isso em um contexto de desaceleração econômica", de acordo com os levantamentos do estudo.

Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, alertou que a recuperação da crise financeira internacional "não parece ter sido aproveitada o suficiente para o fortalecimento de políticas de proteção social, que reduzem a vulnerabilidade em relação aos ciclos econômicos".

"Agora, em um cenário de possível redução dos recursos fiscais disponíveis, são necessários maiores esforços para amparar ditas políticas, gerando bases sólidas a fim de cumprir os compromissos da agenda de desenvolvimento pós-2015", ressaltou. Fonte: G1- 26/01/2015

Comentário: A população da América Latina e Caribe (ALC) era de 167,9 milhões de habitantes em 1950 e passou para 594,6 milhões de habitantes em 2014. Segundo projeções da Divisão de População da ONU, a população da ALC, na hipótese média, deverá alcançar 781,6 milhões de habitantes em 2050

Enquanto o pobre procriar como coelho, a pobreza prevalecerá.  São 167 milhões de pobres numa população de 594,6 milhões (28%). Em A República e as leis, Platão define uma população ótima em função do espaço e dos recursos disponíveis. A Terra tem recursos limitados.

Atualmente a estimativa de uma criança nascer num país pobre é de 70%, numa família desfavorecida.

MAQUIAVEL: “Uma nação não pode estar completamente repleta de habitantes, e estes não podem conservar entre eles uma repartição igual, pois todos os lugares não são igualmente salubres e férteis: os homens abundam em um lugar e faltam no outro. Se não é possível remediar essa distribuição desigual, a nação agoniza porque a falta de habitantes torna uma parte deserta, e a outra fica empobrecida por seu excesso de gente.” Histórias florentinas, 1520-1526.

THOMAS ROBERT MALTHUS: “Acredito poder defender honestamente dois postulados: em primeiro lugar, que a comida é indispensável à existência do homem; em segundo lugar, que a paixão recíproca entre os sexos é uma necessidade que permanecerá mais ou menos igual ao que ela é no presente. Afirmo que o poder multiplicador da população é infinitamente maior que o poder da terra de produzir a subsistência do homem.”

“Se não for contida, a população cresce em progressão geométrica. A subsistência somente cresce em progressão aritmética… Os efeitos desses dois poderes desiguais devem ser mantidos em equilíbrio por meio dessa lei da natureza que faz a comida ser uma necessidade vital para o homem.” Ensaio sobre o princípio da população, 1798.

Cerca de 2,2 bilhões de pessoas no mundo todo vivem atualmente em situação de pobreza ou se encontram a ponto de estar entre elas, mais de um terço da população global, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A população mundial atingiu, em 2013, a marca de 7,2 bilhões de habitantes, conforme dados divulgados pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP).

Como disse Malthus, o poder da Terra de produzir é limitado. A população já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. O colapso é visível nas florestas, oceanos e rios. Veja a crise de abastecimento de água e energia no Brasil. Quanto maior o nível de conforto, maior o nível de consumo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Católicos não devem procriar como coelhos, diz papa

Católicos não devem procriar “como coelhos” para obedecer ao ensinamento da Igreja Católica que proíbe o uso de contraceptivos. A advertência foi feita pelo papa Francisco em entrevista concedida durante o voo de Manila a Roma, depois de uma viagem de uma semana à Ásia.

 “Alguns pensam – e me desculpem se eu uso essas palavras – que para ser um bom católico, devemos ser como coelhos, mas não”, disse, usando a linguagem franca que se tornou sua marca – e que muitas vezes também deixa pontos obscuros em sua mensagem.

O pontífice disse que a Igreja promove uma “paternidade responsável”. Francisco citou o caso de uma mulher que conheceu recentemente que tinha sete filhos por cesariana e colocou sua vida em risco ao ficar grávida novamente. Ele disse tê-la repreendido e dito que “isso era uma irresponsabilidade”.

 “Eu acredito que três filhos por família, de acordo com o que especialistas dizem, é um número chave para sustentar a população. A palavra chave aqui é paternidade responsável”, afirmou, em declaração reproduzida pelo jornal La Stampa.

Sem recuar em nada no ensinamento contrário a métodos artificiais de controle de natalidade, o líder da Igreja Católica lembrou que há “muitas formas permitidas” para um planejamento familiar de forma natural.



Comentário: Panorama do crescimento populacional do Brasil
1872
9 930 478
1890
14 333 915
1900
17 438 434
1920
30 635 605
1940
41 236 315
1950
51 944 397
1960
70 992 343
1970
94 508 583
1980
121 150 573
1991
146 917 459
2000
169 590 693
2010
190 755 799
Fonte: IBGE
Analisando quase duas gerações: 2010 a 1960, a população mais do duplicou: 2,69.
Analisando a década de crescimento do país, uma geração: 2010 a 1970 a população duplicou.
É muito coelho sem pedigree educacional


sábado, 17 de janeiro de 2015

Demanda aumenta ainda mais circulação da Charlie Hebdo

A demanda acima do esperado pela primeira edição da revista de sátira política Charlie Hebdo após o ataque de semana passada em Paris fez com que a já recorde tiragem da publicação fosse ampliada de três para cinco milhões de exemplares, número mais de 80 vezes maior que a circulação normal de 60 mil.

Segundo relatos da mídia francesa, os exemplares disponíveis no país se esgotaram numa questão de minutos. Desde a madrugada, longas filas se formaram em frente a bancas de jornais em busca de um exemplar. Ainda estava escuro em Paris quando muitas bancas exibiam cartazes dizendo "Não temos a Charlie Hebdo".

Diversas cópias apareceram no site de vendas eBay e algumas tinham atingido a casa de R$ 3 mil - o preço de capa normalmente é cerca de R$ 10.

Comentário: A tiragem aumentou para 7 milhões de exemplares. É o Mundo de Cão travestido de liberdade de expressão, em busca do sucesso e público. É a procissão moderna.As vezes a caneta ou lápis se transforma numa metralhadora e mata espiritualmente..

Brasileiro condenado à morte por tráfico é fuzilado na Indonésia

O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 53, foi executado por fuzilamento às 15h30 deste sábado (17), horário de Brasília, na Indonésia.

A confirmação foi dada por Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral do país asiático. A execução ocorreu à 0h30 de domingo (18) pelo horário da Indonésia, dentro do complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 km da capital Jacarta.

A morte foi confirmada oficialmente à 0h45 no horário local (às 15h45 em Brasília).

O corpo de Marco será cremado na Indonésia e levado para o Brasil. Os custos correrão por conta da tia do brasileiro; o Itamaraty não pode pagar por funeral de cidadãos no exterior.

Fonte: Folha de São Paulo - 17/01/2015   

Em nota, Dilma diz que 'lamenta profundamente' execução de brasileiro

Nota à imprensa

A Presidenta Dilma Rousseff tomou conhecimento – consternada e indignada – da execução do brasileiro Marco Archer ocorrida hoje às 15:31 (horário de Brasília) na Indonésia.

Sem desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Archer e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésio, a Presidenta dirigiu pessoalmente, na sexta-feira última, apelo humanitário ao seu homólogo Joko Widodo, para que fosse concedida clemência ao réu, como prevê a legislação daquele país.

A Presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do Chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico  como na carta enviada, posteriormente, por Widodo.

O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países.

Nesta hora, a Presidenta Dilma dirige uma palavra de pesar e conforto à família enlutada.

O Embaixador do Brasil em Jacarta está sendo chamado a Brasília para consultas.

Secretaria de Imprensa

Secretaria de Comunicação Social

Presidência da República”

Comentário: Como alguns setores do governo  estão envolvidos com corrupção, doleiro, lavagem de dinheiro a jato, agora, o governo está preocupado com a cocaína, por causa de  um traficante brasileiro, que foi condenado à morte e fuzilado.   A presidente pediu clemência para o traficante. A que ponto um governo se envolve por uma causa de traficante internacional de drogas? Estamos acostumados com a zona cinzenta, a zona desmilitarizada da moral, onde penetra o jeitinho brasileiro, esticamos os limites  da ética e da moral como se fosse um elástico.

Um governo que acha natural a corrupção, a lavagem de dinheiro, a engenharia financeira do doleiro  está a um passo de uma crise diplomática por causa de um traficante? É a crise da cocaína? Imagino se o presidente da Indonésia desse o indulto, ele seria recebido pelo governo, e teria o seu momento glória na mídia. Foi um traficante global. Como sempre o Fantástico passará no domingo a vida do trabalhador traficante. É Fantástico.

Agravante

Traficante de drogas por anos na rota Rio-Amsterdã-Bali, ele nunca havia sido pego.

Escapou da polícia e foi recapturado duas semanas depois. . 

A fuga e a captura foram parar em jornais e na TV, tanto pela ousadia do brasileiro como pela quantidade de droga apreendida, 13,4 kg entre as maiores até hoje para traficantes.

A quantidade de cocaína  aprendida equivale a 90 mil papelotes de cocaína para consumo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo:As contradições do discurso da liberdade

Obs: Artigo interessante que analisa o direito de expressão com enfoque diferente dos artigos pasteurizados publicados nos jornais impressos e que circulam na internet.

Defender o direito de expressão do "Charlie Hebdo" não implica repetir o teor de seu discurso

A incompreensão e a perplexidade diante do ato terrorista que massacrou 12 pessoas na Redação do semanário "Charlie Hebdo" incendiou o eterno debate sobre os limites da liberdade de expressão e se desdobrou em controvérsias que vale a pena compartilhar com o leitor.

Começa com a questão de fundo: a liberdade de expressão deve ser soberana a ponto de permitir que uma publicação satírica distribua ofensas a torto e a direito, insultando governos, políticos, autoridades, celebridades, líderes religiosos e figuras sagradas?

A resposta assertiva é mais fácil nos primeiros casos, mas geralmente empaca nos dois últimos, nos quais o argumento do respeito à fé alheia abre espaço para acomodar ressalvas. O problema é que o raciocínio relativizador minimiza o fato de que religiões não são só território do sagrado; são também estruturas de poder, e nessa condição se tornam alvo preferencial de cartunistas. É por isso que se evita fazer humor com negros e homossexuais, categorias identificadas como minorias. Não há mérito em surrar setores mais frágeis da sociedade.

Humor e sátira não se sujeitam às mesmas regras do jornalismo factual. Suas fronteiras são mais elásticas, porque ali não cabe a interpretação literal da mensagem. Reconhecer essas singularidades, porém, não significa endossar o conteúdo do "Charlie Hebdo", como tentaram mostrar alguns grandes veículos que se recusaram a engrossar a ação política global de repúdio à tentativa de intimidação dos meios, reproduzindo o conteúdo do semanário.

Não houve dissidências entre os três maiores jornais brasileiros, Folha, "Estado" e "O Globo". Nenhuma novidade no caso deste jornal, que tomou a mesma atitude em episódios anteriores, toda vez que julgou que a liberdade de expressão estivesse sob censura ou ameaça.

No exterior, a situação foi diferente. "The New York Times", o inglês "The Guardian" e a rede de TV CNN, entre outros, recusaram-se a reproduzir os cartuns ou o fizeram pixalizando detalhes mais pesados. Foram acusados, por leitores e comentaristas, de fraquejar na defesa do princípio basilar do jornalismo.

Acho bom que a Folha tenha reproduzido as charges, mas não comungo da condenação a quem não o fez. Não faz sentido --e é até contraditório com o princípio que se pretende defender-- impor a veículos com perfis editoriais, realidades e públicos completamente distintos a reprodução das diatribes de um jornal satírico com 60 mil exemplares.

O "Charlie Hebdo" é uma instituição tipicamente francesa, gerada na maré libertária do maio de 68. Sua iconoclastia e virulência o tornam impensável na maioria dos países, mas não é preciso repetir suas charges corrosivas, às vezes hilárias, outras pueris e insultuosas, para defender seu direito de publicá-las.

A liberdade de expressão absoluta é um conceito ideal, mas, na prática, cada sociedade estabelece seus próprios limites, gerados em acordos, concessões e interdições, negociados ao longo da história. E, mesmo assim, o exercício dessa liberdade é fonte permanente de conflito.

Lutar para ampliar os limites ou para evitar que sejam reduzidos é parte do bom combate. Forçar a uniformização das diferenças, ainda que em nome de causa maior, não. Fonte: Folha de São Paulo - 11 de janeiro de 2015-Vera Guimarães Martins

sábado, 10 de janeiro de 2015

Atentados na França

Nesta sexta-feira (9), operações simultâneas encerraram dois cercos policiais que estavam em andamento na França, matando os irmãos Chérif e Said Kouachi, suspeitos do massacre no jornal "Charlie Hebdo", e Amedy Coulibaly, um sequestrador que mantinha reféns em um mercado em Paris.

Procurados pela polícia, os dois supostos autores do atentado ao jornal se entrincheiraram em uma pequena gráfica em Dammartin-en-Goële, a 40 km de Paris, após um tiroteio com as forças de segurança. Eles acabaram mortos ao fim do cerco, quase 50 horas após o ataque à sede do semanário de humor parisiense, onde fizeram 12 vítimas.

No mercado judaico de Porte de Vincennes, quatro reféns que eram mantidos por Amedy Coulibaly morreram. Outras pessoas que estavam no mercado foram libertadas com vida. Coulibaly também é suspeito de ter matado uma policial no dia anterior. Ele teria afirmado estar "sincronizado" com os irmãos suspeitos do ataque ao jornal.

A polícia procura agora uma mulher de 26 anos, Hayat Boumeddiene, por associação com Amedy Coulibaly, o sequestrador que foi morto no mercado de Vincennes. O "Le Monde" afirma que Boumeddiene, que seria namorada do suspeito, não estava presente no sequestro. Ela é considerada suspeita de agir junto com o parceiro na morte a tiros da policial Clarissa Jean-Phillipe na quinta-feira (8), segundo o jornal francês. Fonte: G1-10/01/2015

Comentário: O problema não é o Alcorão, mas sua  interpretação  e como é feito  o ensinamento.  Entre fatos e versões,  na maioria das vezes, as versões se tornam verdadeiras. As religiões  estão  repletas de versões. Entretanto, qual seriam o limite do humor e  da sátira, em símbolos que são sensíveis as sociedades ou segmentos ? A maioria das opiniões que li dos jornalistas, interpretam que a liberdade de expressão deve ser absoluta. Nesse caso os jornalistas seriam os deuses da sabedoria?  Hoje quem publica uma opinião  tem de ter uma visão da abrangência atual da informação que é muito maior do que antigamente que ficava restrito ao jornal impresso. Pode transformar numa comunicação viral. A tiragem impressa do jornal Charlie Hebdo é de apenas 60 mil, mas com a internet atingem milhões de leitores, principalmente as charges. O jornal estava em declínio.

Há necessidade de denegrir os símbolos de uma religião que ainda possui respeito? Nós os ocidentais queremos implantar a democracia com o estilo de vida, para todos os povos, esquecendo cada um deles tem sua peculiaridade. Parece que é a nova cruzada da democracia.

Há necessidade colocar o Papa segurando uma camisinha como se fosse dar uma hóstia? Ou a Maria na posição de dar a luz, saindo Jesus? Lembra muito bem o humor do Pasquim começou bem, depois se radicalizou no humor e na política.

A interpretação do Alcorão para esses povos é a única fonte de sobrevivência para enfrentar a miséria, a dominação tribal, e os governos corruptos. Por acaso  houve comoção ocidental com a morte de 140 crianças no Paquistão pelos talibãs?

O legado deixado pelo Ocidente nas intervenções e apoios;

1-Na guerra da Síria apoiada pelo Ocidente desde o seu início em março de 2011, já morreram 150 mil pessoas.

2-A Guerra do Iraque já contabiliza a morte de pelo menos 174 mil pessoas ao longo dos últimos dez anos, desde a invasão do país pelas forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos. Desse total, entre 112 mil e 122 mil eram civis.

3-A Líbia já abandonada à sua própria sorte pelo Ocidente,  após a derrubada e morte do ditador Kadhafi, não há governo com autoridade.

 4-A guerra do Afeganistão em 2013 causou a morte de 2.959 civis e deixou 5.656 feridos.

A religião retrata a realidade humana, parece que a sociedade quer eliminar ou esquecer,  mas  faz parte do  o processo evolutivo do ser humano ou da sociedade, a religião mostra a violência contra os pregadores, a tortura, o racismo entre etnia, enforcamentos em praça publica, homens que lutavam até a morte nos coliseus, hoje  temos, as lutas livres e o coliseu é a internet,  a Santa Inquisição que matou inúmeras pessoas, depois vieram o nazismo, as ditaduras, os campo de concentração e as guerras. Hoje temos os campos de refugiados. Essa é a história da humanidade. O cientista político Samuel Huntigton definiu bem é o Choque de Civilizações,  as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo.

O que temos hoje na sociedade é a ausência de valores essenciais dentro e fora da família que contrapõe e pode causar conflitos num nicho da sociedade que cultua símbolos mais rígidos.

Hoje  a sociedade só vê o que está preparada para ver, ou aquilo que escolhe ver. É só olhar o que os ocidentais estão fazendo no mundo árabe, muçulmano ou islâmico?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Dilma 2: De Desmanche para Sucata seletiva



Definição  de Sucata seletiva: O governo da Dilma 2 pretende reciclar a velha economia em nova economia reaproveitando tudo que é possível, sem causar traumas, desemprego, perdas de direitos sociais, etc.

A Hidra do PT é um animal fantástico da mitologia do PT,  o criador foi  o Calamar, ex-presidente. A Hidra tem o corpo democrata e a cabeça socialista tem a peculiaridade de  se regenerar. Alguns dizem tem 7 cabeças, estamos vendo a 4ª cabeça, muito provável veremos 5ª cabeça.

A Dilma do Desmanche dizia: "Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal", discursou.

A Dilma da Sucata Seletiva disse: "Assim como provamos que é possível crescer e distribuir renda, vamos provar que se pode fazer ajustes na economia sem revogar direitos conquistados ou trair compromissos sociais assumidos", discursou a presidente. É possível. Melhor ainda, também teria sido possível fazer uma política socioeconômica progressista sem arruinar as contas públicas ou desordenar setores centrais da economia.

No caso da Petrobras a Dilma disse: Forças ocultas internas e externas estão querendo desestabilizar a empresa. Afinal o Calamar sujou as mãos com petróleo do pré‑sal ou com lama? Talvez já visualizando o futuro negro para o Petrosauro.  A presidente da Petrobras continua no cargo e  está esquecendo da famosa frase  de Caio Júlio César  “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”.  O melhor de tudo, vá as favas a ética, os valores, etc. É melhor fechar os olhos, tudo é uma maravilha. As empresas não se corrompem, são apenas simpatizantes.

Finalmente a presidente descobriu que o país não tem educação. Depois de 12 anos preocupado coma pobreza, descobriu agora que a nossa pobreza é ainda maior, a pobreza educacional. Em 1822,  Saint Hilaire, para quem não sabe, era botânico e naturalista francês  fez várias viagens pelo Brasil e escreveu vários livros sobre costumes e paisagens. Numa das viagens na fronteira entre São Paulo e Minas, ele fez uma observação sobre o brasileiro daquela época; o brasileiro estava mais preocupado em enriquecer (ouro e diamantes) do que produzir (fazenda),  e realçou que o brasileiro não sabia ler e escrever. Essa é a mentalidade da nossa sociedade até hoje. Uma sociedade de ignorância sobre o mundo, supervaloriza o atraso tecnológico, contra modernidade, etc. Vivemos num obscurantismo tecnológico e social.  É um prato cheio para os espertalhões políticos.

O mega ministério  parece muito mais um gabinete de guerra. Talvez nem um gabinete de guerra fosse,  pois prevaleceria a burocracia. O número de ministérios nem sequer cabe na Esplanada dos Ministérios.

Lembramos o crescimento

Durante a Ditadura eram 18 ministérios.

No período do FHC ampliou para  24 pastas no fim de seu mandato.

No período do Lula,  inchou a máquina e deixou 37 pastas. A esquerda gosta de burocracia.

Com a Dilma no primeiro  mandato  atingiu o número recorde de 39 ministérios.

Estrutura do poder

Para manter a estrutura e os funcionários das atuais 39 pastas, custam para o governo R$ 58,4 bilhões por ano aos cofres públicos.

No total, o orçamento para custeio de toda a engrenagem federal chega a R$ 377,6 bilhões, quando são incluídos;  órgãos técnicos, empresas públicas, universidades, escolas e institutos técnicos federais. Este valor representa mais do que o PIB (a soma de todos os bens e serviços) de países como Peru, Nova Zelândia ou Marrocos.

Funcionários

Servidores públicos - Atualmente, o Brasil conta com pouco mais de 1,13 milhão de servidores públicos federais ativos, 28% a mais do que os cerca de 883 mil que havia em 2002.

Empresas  mistas: Das 141 empresas, no final de 2012, havia 540.656 empregados registrados no quadro de pessoal próprio das empresas estatais federais,  e 381.566  terceirizados Fonte: Ministério do Planejamento-2012