domingo, 15 de abril de 2012

Saiba quais as são as frases que os chefes menos gostam de ouvir

Gestor, líder, gerente, patrão. Não importa a maneira de nomeá-lo: chefe sempre é chefe. E, no dia a dia, o trato com o superior exige alguns cuidados: falar sem pensar pode trazer consequências negativas. Pesquisa do site de recrutamento americano Monster descobriu as nove frases que os chefes menos gostam de ouvir — e que, por isso, aconselham seus analistas, devem ser evitadas.

■A COMEÇAR PELO POPULAR "EU NÃO SEI" 

■"ISSO É IMPOSSÍVEL".

Mesmo que a tarefa requisitada seja, de fato, inviável, existem outras maneiras, no mínimo mais otimistas, de responder.

■PEDIDO DE AUMENTO: O constrangedor pedido de aumento é outro destaque na pesquisa da Monster. Justificar a solicitação dizendo que precisa de mais dinheiro porque comprou um apartamento ou teve um filho não pega bem.

— Friamente falando, a organização não tem nada a ver com isso — avalia Amanda Oliveira, gerente de Sales e Marketing da Hays, consultoria especializada em recrutamento e seleção. — Na hora de pedir um aumento, é melhor falar em desejo de crescer na carreira e de ter mais desafios.

■CONHECER O CHEFE: Conhecer bem não significa, necessariamente, ser amigo: pesquisa da Trabalhando.com, que entrevistou 325 trabalhadores, diz que para 48% a amizade com o chefe pode prejudicar a carreira. Autor do livro "Não tenha medo de gerenciar seu chefe", o americano Bruce Tulgan, em entrevista por e-mail ao Boa Chance, recomenda que essa relação seja, sim, construída com base no diálogo, mas sugere que as palavras de toda conversa sejam escolhidas cuidadosamente:

— Não desperdice palavras, especialmente quando estiver falando com seu chefe. Frases refletem posturas tidas como inadequadas, diz analista

■AMIZADE COM O CHEFE: Andreza Santana, gerente de marketing sênior do Monster Brasil, diz que, aqui no país, os profissionais devem tomar ainda mais cuidado do que nos Estados Unidos, que serviu de base para a lista com as nove coisas que os chefes menos gostam de ouvir:

— Aqui, nós passamos muito tempo no trabalho e, de fato, é fácil confundir as coisas na hora de se relacionar com o chefe. É saudável que haja certo limite na questão da amizade com o gestor.

Para a gerente de marketing, os chefes preferem não escutar certas respostas que, na verdade, refletem a postura pouco adequada por parte dos funcionários. Como quando eles dizem "Mandei um e-mail sobre isso na semana passada" ou "Não é culpa minha".

— Se o assunto é importante, não dá para simplesmente mandar e-mail e achar que vai se livrar do problema. É claro que um chefe não gosta desse tipo de atitude. Se mandou e-mail e não teve resposta, tem que correr atrás, procurar para conversar — diz Andreza.

■POSTURA OTIMISTA CRIA UMA IMAGEM MAIS POSITIVA: Pablo Aversa, sócio-fundador da Alliance Coaching, lembra que, em média, cada gestor tem sete subordinados em sua equipe.

— Imagina ter sete funcionários que sempre olham o lado negativo e tentam se eximir da culpa? — indaga Aversa. — Quem tem postura otimista, tenta sempre ajudar, vai ser mais bem visto pelo chefe, e terá mais chances de receber um aumento, por exemplo.

■MANTER A DISCRIÇÃO: E como a imagem, no mundo corporativo, realmente faz a diferença, os especialistas não veem motivo para o funcionário contar para seu gestor que está de ressaca porque "A festa bombou ontem".

— Não há nenhuma necessidade de chamar atenção para o fato de que você se envolveu em um comportamento na sua vida pessoal que está fazendo com que sua performance caia no trabalho. É melhor ficar na sua — ressalta Bruce Tulgan, autor do livro "Não tenha medo de gerenciar seu chefe"

■DISCRIÇÃO NO RELACIONAMENTO: Também é recomendado manter a discrição quando houver problemas com algum colega. Não agradam aos chefes aqueles que chegam falando que "Não aguentam trabalhar com fulano".

— É claro que problemas de relacionamento acontecem, mas é preciso saber muito bem para quem relatar esse tipo de situação, se é para o RH, para o coordenador, ou gestor imediato. E, na hora de falar, o melhor é se basear sempre em fatos, nunca na emoção — aconselha Amanda Oliveira, gerente de Sales e Marketing da Hays.

Tampouco caem nas graças dos chefes os que reclamam que "As coisas sempre foram feitas desse jeito".

— Isso mostra alguém que não está aberto para o novo e para mudanças. Ideias novas são bem-vindas — avalia Andreza, do Monster Brasil.

Agora, quando o assunto é apresentar alguém para tentar desencalhar o patrão, a sugestão é que isso nunca seja feito para tentar forçar intimidade.

■APRESENTAR ALGUÉM AO CHEFE: Agora, quando o assunto é apresentar alguém para tentar desencalhar o patrão, a sugestão é que isso nunca seja feito para tentar forçar intimidade.

— Isso vale até para as empresas mais informais. O subordinado só deve ultrapassar a fronteira no momento em que for convidado pelo chefe. Tem que saber medir isso — conclui Pablo Aversa. Fonte: Globo – 14 de abril de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Revolução 31 de março de 1964

POR QUE JANGO CAIU

O SENHOR João Goulart perdeu o jôgo no momento em que, abandonando a tática da conciliação política, que prevaleceu nos dois primeiros anos de seu govêrno, preferiu comandar ostensivamente o esquema da esquerda radical que tinha numa entidade juridicamente ilegal, o Comando Geral dos Trabalhadores, o centro de suas atividades revolucionárias.

Chegando ao Poder pela sua extraordinária habilidade política, usada principalmente no amaciamento dos impulsos revolucionários do seu cunhado Leonel Brizola e de uma paciente e longa viagem da Ásia a Pôrto Alegre quando ganhou tempo para assumir de modo pacífico a Presidência vaga com a renúncia de Jânio, o Sr. João Goulart passou a estruturar um dispositivo de segurança baseado em alguns oficiais de sua confiança pessoal.

Êsse dispositivo teve que ser revisto mais de uma vez. As contingências do regime parlamentarista obrigaram o Presidente Goulart a manter no Ministério da Guerra o General Nelson de Melo, notòriamente anticomunista. Derrubado o sistema parlamentar de govêrno, através de uma intensa pressão política, sindical e militar, pôde, então, o Sr. João Goulart preparar o caminho para sua futura aliança total com as esquerdas.

A Marinha e a Aeronáutica passaram a ter, a partir do primeiro ano de govêrno presidencialista, comandos fiéis ao Presidente. O Ministério da Guerra foi entregue, então, ao General Amaury Kruel, amigo pessoal do Presidente mas oficial tão anticomunista quanto o seu antecessor na Pasta. O Sr. Leonel Brizola iniciou, então, e vitoriosamente, uma intensa campanha, pelo rádio e televisão, contra a permanência de Kruel no comando-geral do Exército.

O General legalista Jair Dantas Ribeiro foi convocado para assumir o Ministério da Guerra. Construiu, então, um esquema militar inteiramente legalista e anticomunista, substituindo mais de cem comandos em todo o território nacional. Para manter, porém, um dispositivo militar esquerdista, fiel às reformas econômicas que propunha e à sua futura aliança com a esquerda, o Sr. João Goulart levou para a chefia de seu gabinete militar o General Assis Brasil. Aí começou a estruturação de uma ampla frente esquerdista, política, sindical e militar, sob a orientação política da Casa Militar da Presidência.

A um ano e meio das eleições presidenciais o Senhor João Goulart recusava-se a conversar sôbre a sua sucessão. O Sr. Juscelino Kubitschek, que seria o candidato natural do esquema governista, teve seu nome sumàriamente vetado pelas fôrças esquerdistas mais radicais, que obedeciam ao comando do Deputado Leonel Brizola. Deu-se o esvaziamento da candidatura Kubitschek e o crescimento da candidatura Lacerda, na área oposta.

As lideranças políticas, inclusive as mais próximas do Presidente Goulart, passaram a desconfiar das intenções continuístas do chefe trabalhista. O PSD não lhe dava cobertura parlamentar para as reformas. A UND liderava, no Congresso, a anti-reforma. Estruturava-se, assim, um dispositivo de defesa do regime democrático, que os principais partidos e vários governadores comandados por Adhemar e Lacerda puseram a funcionar inicialmente na área puramente política para, mais tarde, ganhar a consciência e o apoio das Fôrças Armadas.

O Govêrno fêz várias tentativas de contenção dêsse dispositivo oposicionista. Mal aconselhado tanto política quanto militarmente, o Sr. João Goulart contava, apenas, com apoios populares, suportes sindicais e sua intuição e habilidade política para sobreviver. A inflação se agravava, desmoronavam-se os planos administrativos do Govêrno. Necessário que o Presidente apressasse sua aliança com as esquerdas, passasse a comandá-las ostensivamente a fim de ocupar o espaço de tempo, os dois meses que separavam a primeira quinzena de março da oficialização da candidatura Lacerda, já marcada para princípios de abril. Com a candidatura Kubitschek já lançada pelo PSD, restava ao Sr. João Goulart fazer a sua opção: ou marcharia com ela, ou concentraria seus esforços para a esquematização de uma candidatura esquerdista com tintas democráticas. Êle desprezou a solução eleitoral e decidiu romper a barreira da conciliação política, indo ao encontro das lideranças identificadas com o pensamento marxista.

Estaria absolutamente convencido o Presidente Goulart de contar com apoios militares para essa jogada? Estaria certo que as fôrças militares dariam cobertura, ao menos parcial, às teses defendidas pela esquerda radical e comunistas no palanque armado em frente ao Ministério da Guerra no dia 13 de março? O simples fato da presença do General Jair Dantas Ribeiro naquele palanque não autorizava a ninguém a acreditar que Exército, Marinha e Aeronáutica estavam solidárias com a nova posição do Presidente da República.

A partir do comício do dia 13 radicalizaram-se as posições políticas e as Fôrças Armadas começaram a sensibilizar-se. O Decreto de desapropriações de terras, o do tabelamento dos aluguéis, o de encampação de refinarias de petróleo foram os dados menos importantes na crise que se armava. Para exercer a sua autoridade de Presidente da República e para tomar medidas administrativas até mesmo reformistas, o Sr. João Goulart contava, ao menos aparentemente, com a cobertura militar do esquema montado pelo Ministro Jair Dantas Ribeiro. Mas o próprio Ministro confessava, em conversas confidenciais, que não teria condições para mobilizar seus comandos no sentido de prestigiar uma solução golpista para o problema sucessório, nem de esquerda, nem de direita.

Na realidade - verificou-se mais tarde - O Presidente Goulart não tinha estruturado um dispositivo militar de esquerda, capaz de prestigiar sua aliança com os revolucionários. Se estava mal-informado pela sua assessoria militar chefiada pelo General Assis Brasil, não se sabe. Se agiu conscientemente, certo de que contaria com a cobertura popular para a sua ação, só êle poderá responder.

A verdade é que, a partir do momento em que consolidou sua liderança esquerdista, o Senhor João Goulart foi radicalizando sua posição política e arrastou suas teses para os quartéis. Do outro lado, as fôrças oposicionistas passaram da tática política para a estratégia militar. Construiu-se, ràpidamente um poderoso dispositivo militar inicialmente defensivo, para evitar que o CGT, a UNE, a Frente Parlamentar Nacionalista, os Comandos do Deputado Brizola, o Governador Miguel Arraes - o esquema da esquerda radical - pudessem dar solução prática às teses revolucionárias que defendiam.

De um lado, o Sr. João Goulart estimulou a reação de sargentos e praças, soldados e marinheiros à política tradicional das Fôrças Armadas, provocando um clima de indisciplina que se generalizou na Marinha sob a orientação do Almirante Aragão. A insubordinação de marinheiros e fuzileiros navais, e a solução dada pelo Presidente à crise na Armada, fazendo o Almirante Aragão retornar ao comando dos fuzileiros, pondo no Ministério um almirante identificado com o marxismo e designando o Almirante Suzano para o Estado-Maior - já encontravam, do outro lado, uma poderosa aliança de governadores do Centro-Sul, com cobertura militar do II Exército do General Kruel.

Há mais de dois meses que essa aliança estava sendo esquematizada. Ney Braga aderiu a ela quando da visita do Governador Lacerda a Curitiba. Adhemar, Lacerda e Meneghetti já estavam entendidos. Faltava a adesão de Magalhães Pinto. O próprio Lacerda a obteve, entregando ao Governador mineiro o comando-geral das fôrças democráticas. Mato Grosso e Goiás foram adesões que se fizeram naturalmente, devido à situação geográfica dos dois Estados centrais e da posição ideológica de seus governadores.

Quando o Governador Adhemar de Barros afirmava que tinha condições de reagir à investida esquerdista, não estava blefando. Quando os dirigentes da esquerda radical afirmavam que a revolução estava ganha e êles já se aproximavam do Poder, estavam mentindo. Não contavam as esquerdas com a opinião pública, e o esquema adversário era tremendamente mais poderoso.

O choque pareceu inevitável no momento em que o Presidente João Goulart resolveu tornar irreversível sua posição de comandante de um esquema mal estruturado, e baseado tão-sòmente na sua liderança popular e nas falsas lideranças sindicais comunistas. Quando falou a sargentos e marinheiros, no dia 30 de março, atacando seus adversários e mantendo sua determinação de ir mais adiante nos seus propósitos, o Sr. João Goulart fêz, definitivamente, sua opção. Preferiu contar com as fôrças populares que esperava se rebelassem em todo o País para enfrentar a reação política e militar ao seu nôvo govêrno, à quebra da hierarquia nas Fôrças Armadas e ao poder sindical representado no CGT.

Essas fôrças, porém, não foram suficientes para manter o Sr. João Goulart no Poder e garantir a sobrevivência de seu esquema político. Muito mais poderosas do que elas, melhor articuladas, e com apoio da opinião pública do principais Estados do País, eram as fôrças contrárias.

O Sr. João Goulart marchou, então, para a luta, consciente de que contava ao menos com os trabalhadores mobilizados pelos sindicatos e com a lealdade dos chefes militares à autoridade do Presidente da República. Mas os sindicatos falharam totalmente na mobilização das massas operárias, e os chefes militares viram-se na contingência - cruel para êles - de sacrificar o mandato do Chefe da Nação para evitar a desagregação das Fôrças Armadas, a tomada do Poder pelo esquema esquerdista radical e, quem sabe, a guerra civil no País.

O General Kruel não desejava a deposição do Presidente. O General Jair nunca a desejou. Nem o General Âncora, nem o General Castelo Branco . O Comandante do II Exército chegou a sugerir ao Presidente, no momento em que suas fôrças se preparavam para marchar sôbre o Rio, que desarticulasse o sistema esquerdista, fechasse o CGT, normalizasse a situação na Marinha e êle, Goulart, contaria com o apoio das Fôrças Armadas. Mas o Presidente disse não. Não sacrificaria seus aliados, frase que repetiria, mais tarde ao Ministro Jair Dantas Ribeiro, quando êste lhe fêz idêntico apêlo. Estava o Presidente diante de uma opção que lhe era colocada pela quase totalidade das Fôrças Armadas: ou desarticularia o dispositivo de esquerda que passara a comandar, ou os generais teriam que tomar posição para defender a integridade do regime democrático que juraram defender.

Conscientemente, o Sr. João Goulart marchou para o sacrifício. Não recuou um passo, quando poderia ter declarado a ilegalidade do CGT, reformado o comando da Marinha e mantido a prisão do Almirante Aragão, decretada pelo Ministro Silvio Mota. E quando já se esperava o choque das fôrças do II Exército com as tropas da Vila Militar, que se mantinham fiéis ao Presidente, o General Jair - recusado o apêlo que fêz ao Sr. João Goulart - renunciou ao pôsto, deixando ao Estado Maior do Exército a decisão suprema. O Presidente pensou em resistir, mas nunca na Guanabara, onde os comandos militares agiam com extraordinária rapidez na mobilização de tropas e no encaminhamento de uma solução política para a crise. 

Não tendo renunciado ao pôsto nos momentos decisivos da crise, o Presidente quis que se caracterizasse a sua deposição. Escolheu o seu caminho, quando teve todas as condições para contornar a crise no seu primeiro instante. Trocou o seu mandato pela liderança popular que espera exercer na faixa revolucionária que o Sr. Brizola ocupou sòzinho nos dois últimos anos. Fonte: O Cruzeiro - 10 de abril de 1964 - Edição extra - Adirson de Barros

Comentário: Assim começou a revolução de 31 de março, que foi uma iniciativa da sociedade  e não como a esquerda atual prega que foi um ato violento dos militares. Devemos analisar e ler a verdadeira história da revolução e não a estória da esquerda.