segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mudança de Lula: 11 caminhões

Com uma adega de vinhos que exigiu até caminhão refrigerado, e milhares de presentes que servem de recordação dos oito anos de mandato, a mudança dos bens do ex-presidente Lula para São Paulo ficou 22,22% mais cara. O custo adicional para o erário apareceu no Diário Oficial da União, que publicou o termo aditivo do contrato firmado entre a Presidência da República e a empresa Três Poderes Mudanças e Transportes Ltda, contratada para retirar de Brasília o espólio de Lula.

O aditivo, assinado no dia 18, elevou para R$ 22.721 o preço do frete, inicialmente orçado em R$ 19.499. Para o transporte dos bens incorporados pelo presidente, foram necessários 11 caminhões . No total, 1,5 milhão de itens foram acumulados nos dois mandatos, numa bagagem avaliada em R$ 500 mil. Os objetos estavam guardados nos palácios do Planalto e da Alvorada e, em sua maioria, devem seguir para o Instituto Lula, que será aberto em São Paulo.

Além do transporte especial de centenas de garrafas de vinho, cachaça e outras bebidas, o ex-presidente está levando consigo 355 mil cartas, 8.000 quadros e peças de artesanato, 9.697 fotos e vídeos, 9.027 livros e 8.517 presentes. Do rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Abdulaziz Al-Saud, Lula recebeu uma espada em ouro vermelho, com bainha incrustada com peças de rubi, esmeralda e brilhantes. Da rainha Elizabeth, da Inglaterra, um par de taças de prata. Há, ainda, 590 bonés, mil camisetas (85 de times de futebol) e um capacete do piloto Ayrton Senna.

Segundo a Casa Civil, o número de itens foi maior que o inicialmente contratado. Por isso, houve a necessidade de corrigir o valor da mudança em 20%. "O levantamento inicial, que serviu de base para a contratação dos serviços, não havia incluído alguns itens que posteriormente foram transportados", informou, em nota.Fonte: Globo Online - 26/01/2011 

Comentário: Esse é o retrato do autêntico socialista, bon vivant. Combateu os ricos, mas vive como  se fosse um deles. Deve ser o novo trabalhador de colarinho branco que deu certo. O PT  está cheio deles.São os  trabalhadores que deram certo como empresários, white-collar worker. o PT levanta a bandeira dos pobres, mas como ninguém é de ferro, vive como rico. Eta PT

domingo, 30 de janeiro de 2011

Tribunal chileno congela fusão entre LAN e TAM para consultas

O tribunal de proteção à concorrência do Chile colocou em pausa para investigação o processo de fusão entre as companhias aéreas LAN e TAM, o que poderia atrasar ou frustrar a tentativa de se criar uma das maiores empresas do setor no mundo.

Em meados de janeiro, LAN e TAM determinaram os termos para unir as operações das duas companhias em um prazo entre seis e nove meses.

Uma associação de consumidores do Chile pediu à corte um parecer sobre a adequação do acordo às normas do país. O tribunal aceitou o trâmite, que impede o avanço do processo.

"Suspenda-se nesse ínterim a operação consultada", afirmou a corte em resolução publicada na Internet.

Fonte: G1- 29/01/2011 

Comentário: O Transporte Aéreo comercial de passageiros é, na maioria dos países europeus, asiáticos e nos Estados Unidos, um setor de acirrada competição de mercado. A despeito das baixas margens de retorno, usualmente atribuídas ao setor, novas empresas são abertas, fechadas, vendidas e se fundem em curtos espaços de tempo. A cada movimento do mercado novas estratégias de operação são definidas inviabilizando planejamentos de longo prazo. Empresas tradicionais, não acostumadas a mudanças rápidas de marketing sofrem com as novas técnicas de abordagem e de fidelização do cliente empreendidas pelas novas empresas do setor. (Fonte: Eduardo Marques Domingos-Transporte Aéreo Competitivo)

No mundo de competição acirrada com economia de escala a fusão das empresas aéreas está sendo comum e constante e a fusão entre LAN e TAM é extremamente interessante para América do Sul. Se olharmos o panorama dos países da América do Sul  em relação ao mercado aéreo, não há condições para que cada país tenha sua empresa aérea, devido ao pouco volume de passageiros. O mercado aéreo chileno é limitado. Criando uma grande empresa  há condições de oferecer vôos para vários países da América do Sul. É a oportunidade da América do Sul ter uma grande empresa aérea .   

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Balanço parcial de vítimas na Região Serrana

O número de mortes na Região Serrana do Rio chegou a 838 na quarta-feira, 26 de janeiro.

MORTES
■ 398 mortos em Friburgo,
■ 344 em Teresópolis,
■ 67 em Petrópolis,
■ 22 em Sumidouro,
■ 06 em São José do Vale do Rio Preto e
■ 01 Bom Jardim.

DESAPARECIDOS
O número de desaparecidos de acordo com balanço do Ministério Público do Rio de Janeiro, chegou a 541 em toda a Região Serrana.
■ Teresópolis, com 244,
■ Nova Friburgo, com 185, desaparecidos,
■ Petrópolis (65),
■ localidades não informadas (38),
■ Sumidouro (4),
■ Bom Jardim (2),
■ São José do Vale do Rio Preto (2), e
■ Cordeiro (1).

Observação: são constantemente atualizados a partir de informações registradas por parentes e amigos.

DESALOJADOS E DESABRIGADOS
Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região.
■ Petrópolis são 3.600 desabrigados, e 2.800 desalojados.
■ Teresópolis, 960 desalojados, e 1.280 desabrigados,
■ Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados,
■ Bom jardim 632 desalojados, e 142 desabrigados,
■ São José do Vale do Rio Preto 3.020 desabrigados e desalojados,
■ Areal 1.480 desabrigados e 130 desalojados.
■ Sumidouro são 200 desabrigados.
Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas.

Fonte: Globo Online - 26/01/2011

Vídeo:

Teresópolis
Vídeo

Nova Friburgo

Deslizamento no centro da cidade de Nova Friburgo. Seis deslizamentos ocorridos no mesmo morro. O vídeo consegue filmar dois, sendo o último mais grave. Nota-se no vídeo construções na encosta, não deveria ser permitido.
Comentário: O número de vitimas fatais,  já ultrapassou ao número de vítimas do terremoto do Chile do ano passado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Rato causa histeria no shopping em SP

bligo-Rato.jpg

Um rato preto, descrito como "gigante", causou histeria ao percorrer ontem, em plena hora do almoço, a praça de alimentação do shopping Iguatemi, uma das mecas do consumo de luxo na zona oeste de São Paulo.

Houve correria e gritos, que podiam ser ouvidos do lado de fora. Pessoas subiram nas cadeiras e até nas mesas. O shopping, que lamentou, não soube informar de onde o roedor saiu.

"Nunca vi um rato daquele tamanho. Era preto, gigante", diz a consultora de RH Eliana (que não quis dar o sobrenome), 33. Segundo ela, ele cruzou a praça e alojou-se sob bancos de madeira.

A caça mobilizou os seguranças. É, então, encurralado pelos homens de preto. Com voracidade, eles pisoteiam o rato. Um segurança, munido de um papel, o recolhe.

O Iguatemi disse, em nota, que possui "rotina rigorosa de limpeza de suas instalações, que atende e supera todas as determinações". Fonte: Folha.com - 25/01/201

Comentário: Enfim apareceu um rato grã-fino de quatro pernas,  de bom gosto. Sabe escolher o shopping para visitar e degustar.  Algumas pessoas não tomaram conhecimento do rato continuaram a almoçar. Mais um rato na coleção; tem rato político, tem rato de pobre, tem rato da classe média e agora rato grã-fino. Novos tempos, deve ser um rato geneticamente modificado.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Brasil admite à ONU despreparo em tragédias



O governo brasileiro admitiu à Organização das Nações Unidas (ONU) que grande parte do sistema de defesa civil do País vive um "despreparo" e que não tem condições sequer de verificar a eficiência de muitos dos serviços existentes. O Estado obteve um documento enviado em novembro de 2010 por Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil (Sedec), fazendo um raio X da implementação de um plano nacional de redução do impacto de desastres naturais. Suas conclusões mostram que a tragédia estava praticamente prevista pelas próprias autoridades.

Diante do tsunami que atingiu a Ásia e do aumento do número de desastres naturais no mundo nos últimos anos, a ONU foi pressionada a estabelecer um plano para ajudar governos a fortalecer seus sistemas de prevenção. Em 2005, governos chegaram a um acordo sobre a criação de um plano de redução de risco para permitir que, até 2015, o mundo estivesse melhor preparado para responder às catástrofes.

Uma das criações da ONU, nesse contexto, foi o Plano de Ação de Hyogo (local da conferência onde o acordo foi fechado). No tratado, a ONU faz suas recomendações de como governos devem atuar para resistir a chuvas, secas, terremotos e outros desastres. Ficou também estabelecido que os 168 governos envolvidos se comprometeriam a enviar a cada dois anos um raio X completo de como estavam seus países em termos de preparação para enfrentar calamidades e o que estavam fazendo para reduzir os riscos.

Na versão enviada pelo próprio governo do Brasil ao escritório da Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres, no fim de 2010, as constatações do relatório nacional são alarmantes. "A maioria dos órgãos que atuam em defesa civil está despreparada para o desempenho eficiente das atividades de prevenção e de preparação", afirma o documento em um trecho. Praticamente um a cada quatro municípios do País sequer tem um serviço de defesa civil e, onde existe, não há como medir se são eficientes.

No relatório, o Brasil é obrigado a dar uma resposta ao desempenho em determinados indicadores sugeridos pela ONU. Em um dos indicadores - que trata de avaliação de risco de regiões - o governo admite ter feito avanços, "mas com limitações reconhecidas em aspectos chave, como recursos financeiros e capacidade operacional". Na avaliação de risco, por exemplo, o governo admite que não analisou a situação de nenhuma escola ou hospital no País para preparar o documento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: Estadão - 16 de janeiro de 2011

Comentário:

No final do mês de setembro de 2010, a docente da UFSCar Norma Valêncio, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped) da Universidade, esteve em Brasília para ministrar a palestra "Subsídios ao aperfeiçoamento das políticas de Defesa Civil e Assistência Humanitária praticadas pelo Brasil".

A pesquisadora afirmou nessa palestra;

■ Em relação à ação da Defesa Civil brasileira, as políticas implementadas pelo Governo Federal estão desatualizadas e inadequadas para realizar uma ação pública eficaz.  Ela a revisão da Política Nacional de Defesa Civil e uma maior transparência dos dados levantados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. A partir da experiência adquirida com as visitas às várias regiões brasileiras para coletar dados, analisar informações e verificar a realidade local, a pesquisadora do Neped também critica as diferentes estruturas e os modos distintos de atuação da Defesa Civil nos Estados e municípios.

■ Os técnicos agem de forma burocrática e se distanciam do compromisso de atuar, de forma ética, na recuperação da dignidade dos seriamente afetados, tanto desalojados quanto desabrigados.

■ Os conteúdos na capacitação dos agentes estão equivocados, pois, em muitos casos, eles acabam reforçando o preconceito contra os grupos socialmente vulneráveis. Um ponto positivo de atuação do governo federal, na opinião da pesquisadora do Neped, é a exigência de criação de Coordenadorias Municipais de Defesa Civil por todo o País”.

De acordo com a pesquisadora, os estudos desenvolvidos no Neped são uma potencial contribuição para aperfeiçoar as políticas nacionais de Defesa Civil no Brasil. Norma Valêncio cita, por exemplo, que é possível formar um novo desenho institucional da Defesa Civil nacional, em busca da agilidade nos trâmites decisórios e burocráticos. "Outra contribuição do Neped é que nossos estudos podem auxiliar na revisão dos conteúdos e metodologias de capacitação dos agentes do Estado que lidam com a Defesa Civil, até o diagnóstico de situações críticas dos afetados no denominado pós-desastre", afirma a pesquisadora da UFSCar.

BALANÇO  DA TRAGÉDIA

Sobe número de mortes na Região Serrana no décimo dia de buscas a vítimas das chuvas

O número de mortes chegou a 770 nesta sexta-feira, décimo dia de buscas a vítimas. De acordo com informações dos municípios, até o momento foram registradas:

■ 373 mortes em Friburgo,

■ 304 em Teresópolis,

■ 64 em Petrópolis,

■ 22 em Sumidouro,

■ 6 em São José do Vale do Rio Preto e

■ 1 em Bom Jardim.

DESAPARECIDOS

Já chega a 400 o número de desaparecidos.

DESABRIGADOS E DESALOJADOS

Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região.

■ Em Petrópolis são 3.600 desabrigados, e 2.800 desalojados.

■ Em Teresópolis, 960 desalojados, e 1.280 desabrigados,

■ Em Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados,

■ Em Bom jardim 632 desalojados, e 142 desabrigados,

■ Em São José do Vale do Rio Preto 3.020 desabrigados e desalojados, e

■ Em Areal 1.480 desabrigados e 130 desalojados.

■ Em Sumidouro são 200 desabrigados. Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas, segundo o órgão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Governo do Brasil recebe críticas pela reação às enchentes

A estreia da presidência de Dilma Rousseff foi obscurecida pelas duras críticas que o governo brasileiro está recebendo por sua atuação ineficaz diante das enchentes que deixaram cerca de 600 mortos no estado do Rio de Janeiro. A gestão da emergência e as graves falhas na previsão da tragédia estouraram em plena face do novo Executivo. O gabinete respondeu ontem às críticas mobilizando mais 500 militares para a região afetada, que se somaram aos mil membros das equipes de resgate que estão em operação.

O número de mortos por inundações e deslizamentos de terra poderá se multiplicar, já que ainda há algumas localidades incomunicáveis.

Na cidade de Teresópolis, centenas de sobreviventes se agrupavam ontem desesperados diante do necrotério, em busca de informação sobre familiares desaparecidos. Muitos moradores criticavam a lentidão dos resgates. "Isto aconteceu na quarta-feira de manhã. Na quinta ninguém tinha começado a buscar vítimas", disse Wemerly Moraes, 37 anos.

A população da área se sente abandonada. Os dados oficiais indicam que pelo menos 6.050 pessoas perderam suas moradias. Amplas áreas afetadas permanecem sem luz, telefone ou água. As equipes de resgate se confessam impotentes para chegar a muitos lugares onde faltam comida e medicamentos e dos quais ainda não foram retirados os cadáveres.

"Colapso na serra", era o título ontem da primeira página do jornal "O Globo", enquanto a "Folha de S.Paulo" abriu com um estudo realizado pelo governo em 2008 que já advertia sobre a eventualidade de uma tragédia desse tipo exatamente nas três cidades do desastre (Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo). O estudo explicava que nas cidades arrasadas ocorrem vários fatores de risco "capazes de gerar consequências de grande magnitude". Sobre Nova Friburgo - a cidade com maior número de mortos, 267 -, o relatório apontava que a maior parte da população vivia em estado de risco.

Enquanto isso, as imagens apresentadas pelo telejornal da Rede Globo sobre a primeira reunião de gabinete de Dilma Rousseff com os 37 novos ministros causaram indignação, pois políticos apareciam dando gargalhadas e alguns mascando chiclete com ar de festa. Fonte: UOL Noticias - 18/01/2011 – El País

Comentário: O ex-presidente teve tanta sorte durante o seu reinado, que ele escapou dessa tragédia. O plano de emergência e de prevenção do governo é o plano de solidariedade, de voluntários, de doações, etc. É plano sem cabeça. Desenvolve o plano durante a tragédia e pós-tragédia. Esse desastre  é o Katrina brasileiro.

Balanço das vítimas parcial : A tragédia das chuvas que colocou sete cidades da região serrana do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública:

Total: 674 mortes
■ Nova Friburgo 318 mortes.
■ Teresópolis, 277 mortes.
■ Petrópolis, distrito de Itaipava, registra 58 mortes;
■ Sumidouro, 20, e cinco desaparecidos
■ São José do Vale do Rio Preto, 4.
■ Bom Jardim, 01 morte
■ Areal, nenhuma morte

Desalojados e desabrigados
■ Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
■ Bom Jardim, 1.200 pessoas estão desalojadas e 700 estão desabrigadas.
■ São José do Vale do Rio Preto,  2.064 desabrigados e desalojados.
■ Areal, 1.200 pessoas estão desabrigadas e 2.500 desalojadas.
Fonte: UOL Noticias - 18/01/2011

Comentário : A natureza não tem objetivos, mas tem suas próprias leis.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tragédia na região Serrana do Rio

Para entender o que ocorreu na região serrana do Rio devemos conhecer a geografia da região, o processo de ocupação e suas consequencias.


NOVA FRIBURGO
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Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense,  a uma altitude de 846 metros, distando 136 km da capital fluminense. Ocupa uma área de 935,81 km². Compreende os distritos de Riograndina, Campo do Coelho, Amparo, Conselheiro Paulino, Lumiar, São Pedro da Serra e Muri.

Sua população estimada no dia 1 de Agosto de 2010, de acordo com o Censo do IBGE era de 182.016 habitantes. As principais atividades econômicas são baseadas em: indústria de moda íntima, olericultura, caprinocultura e indústria (têxteis, vestuário, metalúrgicas e turismo).

COLONIZAÇÃO- AGRICULTURA
Nova Friburgo foi inicialmente colonizada por 261 famílias suíças entre 1819-1820, totalizando 1.682 imigrantes. O município foi batizado pelos suíços ganhando o nome de "Nova Friburgo" em homenagem à cidade de onde partiram a maioria das famílias suíças, Fribourg (Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão), no Cantão de Fribourg. É também o primeiro município no Brasil colonizado por alemães, tendo estes imigrantes, ao todo 332, chegado à cidade em 3 e 4 de maio de 1824.

GEOGRAFIA
A cidade localiza-se a 846 m de altitude na sede do município. Alguns bairros e distritos do município a altitude chega até 1000 m ou mais, como os bairros do Caledônia, alguns trechos da estrada Mury-Lumiar (RJ-142) e o Alto de Theodoro de Oliveira. Existem trechos da cidade, como a localidade de São Romão, em Lumiar, em que a altitude máxima chega a 200 metros.

RELEVO ACIDENTADO
Existem 19 picos e morros variando as alturas de 1.111 m a  2.316 m

HIDROGRAFIA
O município de Nova Friburgo é banhado pelas bacias do Rio Grande, Rio Bengalas, dos Ribeirões de São José e do Capitão e do Rio Macaé. Os principais rios que cortam o centro da cidade são: O Rio Santo Antônio, Rio Cônego, se encontram e formam e o Rio Bengalas.

TERESÓPOLIS


Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense,  a uma altitude de 871 metros. Ocupa uma área de  770,507 km²  e uma população de 163 805 habitantes ( Censo IBGE/2010)

GEOGRAFIA
A cidade abriga a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, bem como grande parte do Parque Estadual dos Três Picos, o maior parque estadual do Rio de Janeiro. É uma cidade cercada por matas e por formações bastante conhecidas, como o Dedo de Deus, Pedra do Sino, Agulha do Diabo, Pedra da Tartaruga e Mulher de Pedra. Por suas formações montanhosas, a cidade é considerada a capital nacional do montanhismo.

O relevo acidentado dos trechos mais altos da Serra do Mar é marcado por íngremes paredões, cujos pontos culminantes são a Pedra do Sino (2263 m) e o Dedo de Deus (1692 m), rodeados por densa vegetação. O relevo também favoreceu a formação de inúmeras cachoeiras.

HIDROGRAFIA
Cascata dos Amores, Cascata do Imbuí,Cachoeira dos Frades, Lago Iacy e Lago Comary

RELEVO ACIDENTADO
A bacia do Paquequer localizada no município de Teresópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Possui relevo montanhoso, escarpado e vales encaixados sustentados por rochas. O clima é úmido a super-úmido com temperatura média de 18°C..

PETRÓPOLIS
Petrópolis é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Ocupa uma área de 774,606 km², contando com uma população de 296.044  habitantes ( Censo IBGE/2010). 

GEOGRAFIA
Petrópolis localiza-se no topo da Serra da Estrela, pertencente ao conjunto montanhoso da Serra dos Órgãos, a 845 metros de altitude média, sendo que a sede municipal está a 810 metros de altitude. Situa-se a 68 km do Rio de Janeiro.

A cidade é excessivamente montanhosa, principalmente em sua zona urbana, o município de Petrópolis assenta-se em ramificações da Serra do Mar, denominada serra dos Órgãos e da Estrela. Órgãos.

Na divisa do Município de Teresópolis está uma seção da serra dos Órgãos, conhecida por serra Assú, onde se encontra a Pedra Assú, que é o pico culminante da serra do Mar, o qual tem, 2.232 metros.

O pico mais elevado do município de Petrópolis é o da Isabeloca, cuja altura é de 2.200 metros, situado nas proximidades da Pedra Assú.

HIDROGRAFIA
Muito numerosos são os pequenos rios que banham o município de Petrópolis, quase todos afluentes do Piabanha.O Piabanha é o principal rio de Petrópolis e dezenas de outros rios pequenos, que passam  pela cidade ou na região. Fontes: Wikipédia e Prefeitura Municipal de Petrópolis

DESSA DESCRIÇÃO DA REGIÃO PODEMOS TIRAR AS SEGUINTES CONCLUSÕES:
  • Região  excessivamente montanhosa fora dos padrões normais,  variando de 1.000 a 2.000 metros.
  • Região com vários rios. Podemos deduzir que esses rios possuem velocidade excessiva,  podem receber uma carga de água rapidamente, transbordar , provocar enxurrada e avalanche de lama.
  • População excessiva para a região que  possui dezenas de áreas de risco. Uso e ocupação do solo inadequada, degradação ambiental, ocupação de encostas. Vide as fotos de Nova Friburgo e Teresopolis.
TOPOGRAFIA
A região é fortemente caracterizada pelo seu relevo montanhoso, com muitos afloramentos rochosos.O relevo acidentado forma uma bela paisagem, especialmente nas áreas mais próximas à Serra do Mar, onde predomina a Mata Atlântica. Esta Serra forma o limite principal da região com o restante do Estado e recebe ainda influências dos ventos oceânicos que elevam a pluviosidade. As cidades mais próximas da Serra apresentam elevados índices pluviométricos, principalmente Teresópolis, com média anual superior a 1500 mm de chuva.

VEGETAÇÃO E USO DA TERRA
De acordo com os dados de mapeamento, a  região tem 97,3 % de seus limites divididos entre três formas de cobertura vegetal;
  • as pastagens (41,6 %),
  • a vegetação secundária (29,8 %) e
  • as florestas (25,9 %).
Lembrando que, antes da ocupação antrópica, a região era quase 100% coberta por florestas, é de se supor que a redução para apenas 26% tenha trazido conseqüências ambientais significativas, tendo em vista a condição de elevada suscetibilidade do meio físico à erosão.

Na verdade, a existência ainda de cobertura florestal nessa região deve-se às condições de relevo montanhoso, extremamente íngreme e rochoso, absolutamente impróprio ao uso agropecuário, aliadas ao caráter de lazer e turismo que se estabeleceu na Região Serrana. Na medida em que o relevo torna-se menos acidentado, verifica-se diminuição da cobertura florestal.

A agricultura como a pecuária ocupam preferencialmente os fundos de vale, às margens dos cursos d’água e, portanto, às custas da exclusão de matas ciliares. Como essas áreas de relevo mais suave são poucas, a agropecuária vai se expandindo para as encostas, também tomando o lugar das florestas. O resultado é o aumento dos processos de erosão das encostas e de assoreamento dos rios desprotegidos.

EROSÃO NA REGIÃO
Os condicionantes do meio físico determinam para  a região uma suscetibilidade à erosão extremamente elevada quando a cobertura florestal é retirada.

Em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, apesar da grande extensão de cobertura florestal ainda existente, observa-se que o crescimento urbano nesses municípios vem acarretando processos acelerados de erosão, associados à ocupação inadequada de encostas.

Petrópolis, que apresentou um rápido crescimento na década de 1980, já sofreu graves impactos sócio-ambientais com a ação das intensas chuvas de verão. Em fevereiro de 1988, ano de alta pluviosidade na região, houve 170 mortes e mais de 3.800 desabrigados em Petrópolis, com deslizamentos de terra das encostas e enchentes no rio Piabanha e afluentes.

Ocupações irregulares podem, não raro, estar associadas também a irregularidades político-administrativas, tais como o interesse eleitoreiro no estímulo à ocupação, que faz "vista grossa" ao não cumprimento das normas de ocupação e uso do solo e ainda facilita a ocupação com abertura de ruas e fornecimento de luz e água. Fonte: Universidade Federal do Rio de Janeiro – Hidrologia

Os fatores que concorreram para o desastre conforme a analise anterior são antigos e vem desde a época da colonização, agravada pelo crescimento das principais cidades da região
  • Agricultura sem preocupação coma conservação do solo
  • Desmatamento das florestas existentes deixando o solo exposto a erosão
  • Desmatamento das matas ciliares que servem de proteção aos rios
  • Assoreamento dos rios devido a erosão
  • Região com elevado índice pluviométricos
  • Crescimento desordenado das cidades,
  • Topografia excessivamente acidentada, com numerosos rios, propiciando a formação de tromba d´água  ou cabeça d´água. . Este fenômeno acontece em rios de montanha na época de muitas chuvas. Consiste em um aumento momentâneo e violento do nível de água por conta de uma chuva intensa. Pode ficar ainda mais violento se houver um aumento grande da água de um rio e  romper com uma obstrução natural,  formada por árvores caídas, pedras e terra.  Seria uma avalanche de lama. Na enchente normal o rio sobe e transborda em seu caminho normal.  

Os fatores para o desastre estavam presentes, faltava apenas a chuva excessiva com elemento desencadeador, para provocar o efeito dominó, resultando numa avalanche de lama e detritos.

Balanço parcial com informações até 16 de janeiro:

Mortes
  • Em Nova Friburgo, o número de mortos saltou para 267;
  • Em Teresópolis; para 261.
  • Petrópolis agora registra 53 e
  • Sumidouro continua com 18 vitimas.

Desalojados e Desabrigados
  • Em Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
  • Teresópolis tem 960 desalojados e 1.280 desabrigados.
  • Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.

Comentário: O  plano contra catástrofe brasileiro é o plano de solidariedade e  de voluntários. Começa com o prefeito pedindo socorro ao governo estadual, pela sua vez despacha a ajuda disponível . No agravamento da situação o governo estadual pede ajuda ao Federal, que por sua vez despacha, geralmente as Forças Armadas. Nesse espaço de tempo forma a rede de solidariedade, de donativos e alimentos. Esse é o plano brasileiro, sem cabeça.

O governo não assimilou o que houve de errado no passado e sugerir em regiões  com riscos de natureza, acidentes similares podem  ser prevenidos no futuro. Infelizmente as tragédias acontecem, os acidentes se repetem após um período. Após um breve período  de consternação, as pessoas esquecem e as lições são esquecidas.

O país ainda não aprendeu com as recentes tragédias da necessidade de um plano de emergência.

Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia  e outro  que pretende durante a tragédia elaborar um plano com voluntários.

Vídeo:



Vídeo(1)


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Enchentes: Caos na região metropolitana de São Paulo



Passo a passo do cenário de inundação na região metropolitana de São Paulo 


A maior metrópole brasileira amanheceu na terça-feira, parada e submersa. De manhã, já haviam sido registrados 125 pontos de alagamento

A forte tempestade que caiu no Estado de São Paulo entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira, deixou 14 pessoas mortas:

■ 5 em São José dos Campos, 3 em Mauá, 3 na capital, 1 em Embu, 1 em Mogi das Cruzes e outra em Iperó, que até a noite não havia sido contabilizada oficialmente pelos bombeiros.

 1-A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil emitiu, a partir das 21h15 de segunda-feira (10JAN11), aos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Defesa Civil, Boletim Meteorológico Extra para São Paulo e Grande São Paulo (nº 035) informando que áreas de instabilidade deslocam-se do interior e do litoral em direção à Capital e Região Metropolitana do Estado de São Paulo acarretando em chuvas fortes de curta duração.

2-CAPITAL- O Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Cidade de São Paulo colocou a Marginal Tietê e as zonas norte e leste da Capital em estado de atenção às 21h40 de segunda-feira (10JAN11). As outras áreas da Capital e a Marginal Pinheiros entraram em atenção às 22h10.

O Rio Cabuçu de Baixo, na zona norte de São Paulo e os córregos Morro do S, na zona sul e Jaguaré, na zona oeste transbordaram.

Por volta das 00h00 de terça-feira (11JAN10), transbordamento do córrego Limão.

Os Rios Tietê e Pinheiros transbordaram no início da madrugada.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou até o início da madrugada de  (11JAN11) sessenta e nove pontos de alagamento sobre vias da cidade, sendo trinta e oito intransitáveis. Os túneis Max Feffer na região de Pinheiros, Fernando Vieira de Mello na região do Butantã e Anhangabaú na região Central foram fechados devido aos alagamentos.

2- MAUÁ - Por volta das 22h30 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e deslizamentos de terra.

3- GUARULHOS - Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e queda de muros.

4-MOGI DAS CRUZES- Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou pontos de alagamentos e desl.izamentos de terra.

5- ITAQUAQUECETUBA - Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou o transbordamento do rio Tietê e a inundação nos bairros  adjacentes às margens do rio e localizados nas áreas de várzea.

6 – GUARAREMA- Por volta das 22h00 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou o transbordamento do córrego Ipiranga, atingindo vários bairros ribeirinhos ao córrego.

7 - FRANCO DA ROCHA - As constantes chuvas dos últimos dias culminaram na terça,

(11/01/2011) com o transbordamento do Rio Juqueri ocasionando inundações nos bairros adjacentes ao rio.

8- EMBU - Por volta das 23h50 de segunda-feira (10JAN11) uma forte chuva provocou alagamentos em diversos bairros da cidade e deslizamento de terra.

9 – OSASCO – Na segunda-feira (10JAN11), por volta das 21h30, na Avenida Presidente Médici, s/nº, Jardim Mutinga, Osasco, devido à forte chuva, aproximadamente vinte pessoas se concentraram na via pública e atearam fogo em móveis que haviam sido atingidos pela inundação. Equipes do 42º BPM/M fizeram a contenção das pessoas que após as chamas debeladas, se dispersaram. Não houve confronto e feridos. FONTES: COBOM, COMDEC, CET e AES Eletropaulo.

Comentário: O problema das cheias é antigo e ocorre sempre a partir do aumento da intensidade das chuvas de verão, que ocorrem em seu ponto máximo durante os meses de janeiro e fevereiro, podendo ocorrer em dezembro quando as chuvas se adiantam ou março, quando elas se atrasam.

Na realidade o problema é agravado  por causa do adensamento da cidade, isto é, a verticalização da cidade, impermeabilização da superfície urbana,  ocupação de encostas e falta de políticas públicas.

Já no século passado as enchentes ocorriam e causavam problemas na cidade.. A várzea do Carmo, bem como todo o rio Tamanduateí, constituem um problema para a cidade desde 1824.

Transcrevo a ata  Conselho Geral da Província de 27 de outubro de 1824 "resolveu que se expedisse ordem a dita câmara para mandar encanar o mesmo rio pelo seu leito natural, desde o primeiro  logar  em que se desviaram as suas águas, levantando-se nos canais açudes fortes de faxina e torrões compactos á pilão, com o que não se fará grande despesa e podem as suas rendas sem dependência da subscripção que propõe, devendo tratar com preferencia desta obra, que tanto interessa ao publico" (1).

Nota-se que naquela época  já queria retificar o rio e construir barragens.

Em 1887 houve a grande cheia do rio, como relata o artigo da época

No vale do Tamanduateí, na noite de 3 de janeiro de 1887, e no vale do Tietê durante os dias 6 e 7 seguintes, foi observada a maior enchente de que se tem notícia até então. No arquivo histórico da Seção de Biblioteca/Mapoteca do Serviço de Comunicações Técnico Científicas  do Instituto Geológico, encontra-se uma cópia manuscrita do relatório "Sobre o movimento das águas observadas no valle do Tieté e Tamanduatehy durante a enchente de janeiro de 1887".

"Ficou assim consignado que a diferença entre o nivel da maior enchente 8.m680 e o nivel de estiagem 4.680 foi de m: 4.m,tendo as aguas subido 2.m acima do solo da varzea nos pontos mais deprimidos em proximidade a ponte grande". (rio Tietê - pág.2).

Os jornais da época registraram os seguintes comentários:

Tratou disto o Diario Popular dos dias 3, 4, 5 e 10 e o Correio Paulistano do dia 6. Em resumo ficou registrado que esta enchente foi geral em todos os vales cujos rios correm em direcção de Oeste para Este, como os rios Tieté, Atibaia, Sorocaba, Piracicaba, Mogy-guassu etc, e foi inferior para os rios que correm em direcção oposta, como se deu no rio Parnahyba. O agro Tieteense no circuito de São Paulo ficou innundado em uma superfície de cerca de 60 kil. quadrados tendo o nivel das aguas na ponte grande superado de 0.27 o nível da grande enchente de 1868 e coberto as varzeas com uma altura media de 2,m de agua:'. (pág. 25). Fonte: Rev. IG, São Paulo, 5(112):55-58, jan./dez. 1984

Fico imaginando  uma enchente desse tipo, agora, na cidade. Seria uma catástrofe.

Existe um estudo de uma equipe multidisciplinar sobre a região   metropolitana de São Paulo para o ano de 2030, que diz: Projeções indicam que, caso siga o padrão histórico de expansão, a mancha urbana da Região Metropolitana de São Paulo será o dobro da atual em 2030, aumentando os riscos de enchentes, inundações e deslizamentos na região, atingindo cada vez mais a população como um todo e, sobretudo, os mais pobres. Isso acontece porque essa expansão deverá se dar principalmente na periferia, em loteamentos e construções irregulares, e em áreas frágeis, como várzeas e terrenos instáveis, com grande pressão sobre os recursos naturais. Fonte: RMSP e as vulnerabilidades às mudanças climáticas-INPE

Finalmente, a natureza é implacável quando exige a retomada de seu espaço territorial

domingo, 9 de janeiro de 2011

Matrioshka - Dilma

bligo-PrincesaDilma.jpgO artista plástico Marcus Baby criou a Boneca Presidenta Dilma Rousseff. Ele garante que não tem nenhuma orientação partidária.

E foi um processo trabalhoso: "A boneca Dilma Rousseff consumiu 2 meses de construção.

Isso me faz lembrar das bonecas russas, chamada Matrioshka. São várias bonecas encaixadas uma dentro da outra. Em geral são cinco ou sete bonequinhas.

Quantas faces  a presidente usará no seu governo?

A face ideológica da esquerda radical?

A face do tempo  em que era terrorista? 

A face samaritana de ajuda aos miseráveis, como afirmou no seu discurso?

Abligo-MatrioshkaDilma.jpg face terceiro-mundismo?

A face neo-liberal da esquerda?

A face socialismo tupiniquim?

A face do socialismo do século XXI?

Vamos aguardar, quais serão as faces  da bonequinha Dilma?

A Matrioshka ou boneca russa é um brinquedo tradicional da Rússia, constituída por uma série de bonecas, feitas de diversos materiais, mas geralmente é feita de madeira.

Nada será como antes

bligo-SalvadorPatria.jpg Lula não inventou a roda nem começou do zero, mas mudou o País. Quem há de se vangloriar ou se lamentar disso?

Nunca antes na história deste País houve um presidente como Luiz Inácio Lula da Silva. Encerrada sua dupla presidência, nada será igual. O País que ele nos deixa é outro, para o bem e para o mal. Nem melhor, nem pior, simplesmente diferente. Lula fez e desfez, aconteceu, circulou e apareceu, mudou o discurso do poder e o modo como a opinião pública se relaciona com seus governantes, pacificou e articulou os mais distintos interesses sociais, a ponto de sair de cena como uma espécie inusitada de glória nacional. Deixou marca tão forte na política, na administração pública e no imaginário popular que será preciso um tempo para assimilarmos sua ausência.

Lula não teve a grandeza fundacional e paradigmática de um Vargas, verdadeiro artífice do Brasil moderno, que ele forjou mediante um padrão de intervenção estatal e um “pacto” ainda hoje vigentes. Não trouxe o charme nem o dinamismo de JK, com sua fantasia industrializante de recriar o País, fazendo 50 anos em 5. Nem sequer seria justo aproximá-lo de Fernando Henrique Cardoso, cujo refinamento intelectual fazia com que conhecesse a estrutura do País que pretendeu administrar.

Mas Lula foi diferenciado. A começar do estilo. Falastrão, debochado, emotivo, avesso a protocolos e a regras gramaticais, demarcou um território. Líder metalúrgico, filho humilde do Brasil profundo, encontrou uma fórmula eficiente de dialogar com as grandes multidões, valendo-se da exploração de uma espontaneidade que o levou a ser tratado como um brasileiro igualzinho a você, predestinado a promover a ascensão dos pobres graças à magia de uma identificação imediata. Por ter vindo “de baixo” e carregado a cruz do sofrimento, Lula saberia como atender os pobres. A precariedade da formação intelectual e a falta de gosto por leituras ou estudos sistemáticos seria compensada pela percepção intuitiva das carências sociais. Ponha-se nisso uma pitada de sagacidade e se tem a lapidação de um mito.

O estilo Lula de ser presidente caminhou sempre de braços dados com glorificação e a autoglorificação. Foi assim, aliás, que ele abriu caminho no PT. Soube usar a aura que o cercou no final dos anos 70, quando despontou como expressão de um “novo sindicalismo” que irrompia numa sociedade silenciada pela ditadura e disponível para se emocionar com a movimentação dos operários do ABC paulista. Criou-se assim o signo do trabalhador que se impõe a políticos, estudantes e intelectuais para fundar um partido diferente, uma política de outro tipo, um novo discurso, um distinto modo de deliberar e agir. O bordão “nunca antes na história”, na verdade, nasceu ali, colando-se a sua trajetória.

O estilo sempre esteve próximo da egolatria e da autossuficiência, combinadas com uma enorme vontade de agradar a todos. Lula nunca reconheceu erros ou cultivou a modéstia. Sua vida teria transcorrido numa sucessão de eventos positivos, modelados por seu discernimento, seu sacrifício e seu espírito de luta. Outros erraram, companheiros inclusive; ele no máximo foi enganado ou ficou imobilizado por perseguições e preconceitos.

Mas é impossível diminuir o tamanho real do personagem. Num País em que as elites políticas, econômicas e intelectuais, apesar de não terem conseguido governar com generosidade, nunca largaram as rédeas do governo, a irrupção de um metalúrgico no Planalto deve ser compreendida sem ira nem ressentimento. Tratou-se de um fato excepcional, desses que podem efetivamente sinalizar que algo novo começou a trepidar no chão da vida cotidiana.

A chegada de Lula ao poder não foi obra do desígnio divino, nem derivou exclusivamente de seu carisma ou mérito pessoal. Muita gente se empenhou para isso e a operação exigiu algum sacrifício. O PT, por exemplo, trocou sua identidade operária pela possibilidade de projetar um operário na cúpula do Estado. Depois de ter se recusado a jogar o jogo da redemocratização do País, o partido passou a defender as regras formais e informais do sistema político. Afastou-se dos compromissos de esquerda. Depurado de combatividade e eixo, ficou refém de seu mais conhecido expoente. Alguma semelhança com o papel desempenhado por Luiz Carlos Prestes no velho PCB não é mera coincidência. 

A estratégia foi auxiliada pelos fatos da vida. Houve o governo FHC, que venceu a inflação e lançou a plataforma de uma sociedade mais educada para a racionalidade econômica e mais sensível à necessidade de centralizar a questão social. Lula beneficiou-se, também, da consolidação democrática, da expansão da economia internacional e do que isso trouxe de espaço para o crescimento da economia brasileira. Tudo ajudou as políticas públicas a ganhar nova preeminência e incluir o combate às zonas de miséria e pobreza que devastam a sociedade.

Exagera-se muito na avaliação que se faz de Lula. Na apreciação do que há de positivo em seu governo, nem sempre se dá o devido valor à equipe técnica e política que o assessorou. O bloco de sustentação e a amplíssima coalizão de interesses que montou não se deveram a uma incomum habilidade de negociador, mas sim à recuperação do Estado como agente, à disseminação de práticas generalizadas de composição parlamentar e a uma “racionalidade” dos próprios interesses, que pactuaram para ganhar um pouco mais ou perder um pouco menos. Uma “nova classe média” apareceu, impulsionada pelas facilidades do crediário, pelos programas de transferência de renda e pela impressionante mobilidade da sociedade. Mas não mudou a face do País.

A presidência Lula se completou com a eleição de Dilma Rousseff, sua maior criação. O “animal político” nascido no ABC mostrou que tem corpo e vontade própria. Já não depende mais de um partido para se afirmar e pode almejar ser fiador do novo governo.

Mas nada é tão simples como parece. Todo governante constrói sua biografia e a lógica da política o impele a buscar luz autônoma. Uma hipótese realista sugere que haverá um suave descolamento entre Lula e Dilma. Disso talvez nasça um governo mais ponderado e equilibrado, capaz de substituir a presença de um líder carismático e intuitivo pela determinação e pelo rigor técnico que são indispensáveis para que se possa construir uma sociedade mais igualitária.

Lula entrou para a galeria política brasileira. Mas não inventou a roda, nem começou do zero. Não fará tanta falta quanto imagina ou imaginam. Sua passagem para os bastidores do sistema, ainda que temporária, poderá propiciar uma lufada de oxigênio na política e na dinâmica social, ajudando-as a adquirir mais espontaneidade e a pressionar por agendas de novo tipo.

Nada será como antes, é verdade, mas ninguém lamentará nem se vangloriará disso.

Fonte: Estadão - 25 de dezembro de 2010 - Marco Aurélio Nogueira é professor titular de teoria política da Unesp

Comentário: O presidente Lula não foi estadista ou empreendedor  político com visão do futuro ou preparando o país para este século. Ele tinha tudo para fazer isso, mas sua ideologia imediatista, olhando apenas o presente e o passado. Foi o Salvador da Pátria ou Antonio Conselheiro dos pobres. O mais interessante de tudo isso, seus pronunciamentos nunca tocou na educação. Não aconselhou os jovens para estudarem. Ao contrário do presidente dos EUA  que disse aos americanos que se mobilizem para que os Estados Unidos recuperem a liderança no percentual da população com curso universitário, destacando que a educação está diretamente ligada ao bom desempenho econômico. "Os países que têm melhor nível de educação hoje são os que vão nos superar amanhã", disse Obama em Austin, diante de estudantes da Universidade do Texas."O que tento explicar às pessoas é que a educação não é um problema econômico, mas sim ''o problema econômico''" fundamental dos Estados Unidos.

Enquanto um presidente dá ênfase a educação, o nosso se preocupa com o presente, com Bolsa Família ou melhor com Marmitex.. Com consumo supérfluo para alavancar a pobreza que tem resultado imediato, mas a longo prazo a pobreza retorna,  pois o pobre sem qualificação e estudo, dependerá sempre do governo ou de sua política social.  Ele foi o mestre-sala e o Brasil funcionou como porta-bandeira.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Tango

Excelente a exibição da bailarina russa. Muito talentosa para dançar  tango  com originalidade e versatilidade.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Plágio ou Inspiração: Rio 2016



Plágio ou Inspiração. A imagem é parecida com Telluride Foundation, retiraram uma imagem e houve distorção delas, unindo-as pelos braços e pernas. A imagem do Carnaval da Bahia de 2004, é cópia da imagem Telluride Foundation. , que é muito parecida com uma pintura do artista francês Henri Matisse ("A Dança"). Como diz o Tostão: É muito difícil ser completamente original. A idéia  não surge do nada. Só os gênios conseguem

Itamaraty dá passaporte diplomático a filhos de Lula

O Itamaraty concedeu passaporte diplomático a dois filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dois dias do fim do mandato.

Segundo entendimento do órgão, dependentes de autoridades podem receber o documento até os 21 anos (24, no caso de estudantes, ou em qualquer idade se forem portadores de deficiência).

Chanceler pode dar o benefício, alega Itamaraty

Luís Cláudio Lula da Silva, 25, e Marcos Cláudio Lula da Silva, 39, filhos do ex-presidente, gozam de perfeita saúde e obtiveram o documento em 29 de dezembro de 2010, penúltimo dia útil da era Lula.

Questionado, o Itamaraty, disse que ambos já tinham o passaporte especial e tratava-se de uma renovação.

A Folha teve acesso à decisão que beneficiou os filhos de Lula. Ela cita que foi "em caráter excepcional" e "em função de interesse do país", mas não apresenta justificativa para a concessão.

Integrantes do corpo diplomático ouvidos pela reportagem, na condição de anonimato, afirmam que a decisão provocou mal-estar dentro do Itamaraty, já que o ex-chanceler Celso Amorim recorreu ao parágrafo 3º, que garante ao ministro o poder de autorizar a concessão do documento "em função de interesse do país".

A Folha apurou que Lula pediu o benefício pouco antes do fim do mandato.

O passaporte diplomático, regulamentado pelo decreto 5.978/2006, é concedido a presidentes, vices, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros dos tribunais superiores e ex-presidentes.

O artigo 1º do decreto diz o seguinte: "A concessão de passaporte diplomático ao cônjuge, companheiro ou companheira e aos dependentes das pessoas indicadas neste artigo será regulada pelo Ministério das Relações Exteriores".

No caso dos filhos, a norma seguida pelo Itamaraty obedece ao mesmo critério da Receita Federal para a definição de dependente (21 anos ou portador de deficiência). O entendimento está no site do Ministério das Relações Exteriores.

A validade do passaporte diplomático concedido aos dois filhos de Lula é de quatro anos, a contar da data de emissão. Assim, durante todo o governo de Dilma Rousseff, Luís Cláudio e Marcos Cláudio terão acesso à fila de entrada separada e com tratamento menos rígido nos países com os quais o Brasil tem relação diplomática.

Em alguns países que exigem visto, o passaporte diplomático o torna dispensável. O documento é tirado sem nenhum custo para a "autoridade". Um passaporte normal custa em torno de R$ 190 para ser emitido.

Luís Cláudio é o filho caçula de Lula. Formado em educação física, foi preparador físico do Corinthians. Marcos Cláudio é filho do primeiro casamento de Marisa Letícia, a ex-primeira-dama, e foi adotado por Lula. Formado em psicologia, é empresário e tentou ser candidato a vereador em 2008.

Na semana passada, a Folha revelou que Luís Cláudio é sócio do irmão Lulinha em seis empresas, mas só uma existe fisicamente. Cinco não saíram do papel: são empresas de entretenimento, tecnologia de informação e promoção de eventos. Fonte: Folha.com - 06/01/2011  

Comentário: Ele fez isso numa democracia. Imagino se fosse a ditadura do PT?. A democracia do ex-presidente é a  democracia do Imperador, do Reinado, dos Príncipes. Você sabe com quem está falando? Eu sou o Rei. O povo me adora, com mais de 80% de adoradores. O ex-chanceler lembra muito o El Brujo, Ravengar, para alegrar o Imperador (o Imperador não perde o titulo nobiliárquicos) concede o passaporte vermelho para os reizinhos. Que rei sou eu?  O El brujo Ravengar numa de suas visões, através de sua bola de cristal, afirmou: - Vejo um grande país e que se tornará um grande exemplo. Perguntado por um outro personagem que país seria esse, Ravengar respondeu: - Um grande exemplo de corrupção e vagabundagem. Em seguida aparecia na bola de cristal o mapa do Brasil.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Médicos reprovados formados em escolas bolivianas, cubanas e argentinas

Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas.

As escolas bolivianas e argentinas de medicina são particulares e os brasileiros que as procuram geralmente não conseguiram ser aprovados nos disputados vestibulares das universidades federais e confessionais do País. As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios.

Desde que o PT, o PC do B e o MST passaram a pressionar o governo Lula para facilitar o reconhecimento de diplomas cubanos, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira têm denunciado a má qualidade da maioria das faculdades de medicina da América Latina, alertando que os médicos por elas diplomados não teriam condições de exercer a medicina no País. As entidades médicas brasileiras também lembram que, dos 298 brasileiros que se formaram na Elam, entre 2005 e 2009, só 25 conseguiram reconhecer o diploma no Brasil e regularizar sua situação profissional.

Por isso, o PT, o PC do B e o MST optaram por defender o reconhecimento automático do diploma, sem precisar passar por exames de habilitação profissional - o que foi vetado pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira. Para as duas entidades, as faculdades de medicina de Cuba, da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

Em resposta, o PT, o PC do B e o MST recorreram a argumentos ideológicos, alegando que o modelo cubano de ensino médico valorizaria a medicina preventiva, voltada mais para a prevenção de doenças entre a população de baixa renda do que para a medicina curativa. No marketing político cubano, os médicos "curativos" teriam interesse apenas em atender a população dos grandes centros urbanos, não se preocupando com a saúde das chamadas "classes populares".

Entre 2006 e 2007, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara chegou a aprovar um projeto preparado pelas chancelarias do Brasil e de Cuba, permitindo a equivalência automática dos diplomas de medicina expedidos nos dois países, mas os líderes governistas não o levaram a plenário, temendo uma derrota. No ano seguinte, depois de uma viagem a Havana, o ex-presidente Lula pediu uma "solução" para o caso para os Ministérios da Educação e da Saúde. E, em 2009, governo e entidades médicas negociaram o projeto-piloto que foi testado em 2010. Ele prevê uma prova de validação uniforme, preparada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC, e aplicada por todas as universidades.

Por causa do desempenho desastroso dos médicos formados no exterior, o governo - mais uma vez cedendo a pressões políticas e partidárias - pretende modificar a prova de validação, sob o pretexto de "promover ajustes". As entidades médicas já perceberam a manobra e afirmam que não faz sentido reduzir o rigor dos exames de proficiência e habilitação. Custa crer que setores do MEC continuem insistindo em pôr a ideologia na frente da competência profissional, quando estão em jogo a saúde e a vida de pessoas. Fonte: O Estado de São Paulo-03 de janeiro de 2011 

Comentário: Seria interessante os petistas consultarem esses médicos formados em escolas cubanas. Como se diz em Brasília, o melhor médico da capital Federal é o avião com destino a São Paulo.

Esses futuros médicos não conseguem ser aprovados nos vestibulares no Brasil  paras as melhores escolas de medicinas, procuram em alguns países socialistas ou não cursarem medicina em escolas de péssima qualidade. É a proletarização do curso superior.

Como relata o artigo:

■ As faculdades cubanas - a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana - são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos

■ As faculdades de medicina da Bolívia e do interior da Argentina teriam currículos ultrapassados, estariam tecnologicamente defasadas e não contariam com professores qualificados.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Discurso da presidente Dilma Rousseff

Comentário

SOBRE EDUCAÇÃO

No discurso ela mencionou de forma tão genérica a educação, que dá entender não existe problema  Na avaliação Pisa passamos de pior para sofrível. Como vamos atingir um grau de qualidade na educação? Como inserir grande parte nos jovens no mercado de trabalho, que não sabe ler, escrever e interpretar texto? Como as empresas brasileiras serão competitivas com uma educação tão sofrível?

Ela não está olhando a educação para o futuro, apenas pretende equacionar a educação num modelo que não está funcionando. As avaliações brasileiras e internacionais dos estudantes não atingiram o mínimo necessário.

EDUCAÇÃO NO DISCURSO

■ É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.

■ Queridas brasileiras e queridos brasileiros, junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.

TECNOLOGIA

Ela não menciona nada sobre a integração tecnologia, ciência e universidade em busca  de tecnologia aplicada. O discurso não visualiza o futuro para os jovens em termos de educação, desenvolvimento de tecnologia e competitividade industrial

Discurso

■ Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.

CIÊNCIA

Nada

No governo de Lula a prioridade era os pobres para inserir no mercado de consumo. Hoje o pobre tem celular, aparelhos eletrônicos, etc. O pobre subiu de patamar no mercado consumo e os estudos onde ficaram?  Dificilmente o ex-presidente alertava os jovens para estudar,  o negócio era comida no prato, celular, etc.

Agora com a presidente a prioridade é a miséria;  tirar os miseráveis para o patamar do consumo. Nada de educação, estudo, etc.

No Brasil quase 28% da população são de jovens que estão na faixa etária educacional e são quase 53 milhões  de estudantes desde pré-primário até o ensino médio  Apenas 11% dos estudantes terminam o ensino médio com aprendizagem adequada em matemática.  Na avaliação  Pisa  foram avaliados 20 mil estudantes, que não atingiram a avaliação mínima. O ensino brasileiro é um desastre. É a miséria educacional

Qual é o futuro desses jovens na sociedade? Mais  Bolsa Família?  O mais interessante de toda essa miséria educacional o governo está oferecendo para as camadas mais pobres a inclusão social eletrônica, isto é, o computador para um jovem ou estudante, que não sabe ler, escrever, interpretar texto, etc e muito provável nunca leu um livro ou sua escola não tem biblioteca.

QUALIDADE

No discurso ela empregar muito a palavra qualidade sem explicitar os requisitos necessário para atingir esse patamar.

Podemos considerar a qualidade como adequação ao uso, mas com conformidade com os requisitos. Portanto, há necessidade de avaliação, desempenho, passando por avaliação profissional, curricular etc  Por exemplo, não somente aumentando o salário do professor, você terá qualidade? Na China  o salário médio de um professor do ensino fundamental é de 600 dólares, país com educação muito mais avançado do que o nosso?

Para finalizara presidente termina o discurso com cópia do God Bless América. 

Discurso

'Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Lula', diz Dilma no discurso da posse

BRASÍLIA - Leia abaixo a íntegra do discurso da presidente eleita Dilma Rousseff.

"Queridas brasileiras e queridos brasileiros,

Pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.

Sinto uma imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico desta decisão.

Sei, também, como é aparente a suavidade da seda verde-amarela da faixa presidencial, pois ela traz consigo uma enorme responsabilidade perante a nação.

Para assumi-la, tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração para receber, neste momento, uma centelha de sua imensa energia.

E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular que, após levar à presidência um homem do povo, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país.

Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que - no dia de hoje - todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher.

Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!

Venho, antes de tudo, para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este país já viveu.

Venho para consolidar a obra transformadora do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais vigorosa experiência política da minha vida e o privilégio de servir ao país, ao seu lado, nestes últimos anos.

De um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do seu País.

A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu governo. Reconhecer, acreditar e investir na força do povo foi a maior lição que o presidente Lula deixou para todos nós.

Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da história.

Minha missão agora é de consolidar esta passagem e avançar no caminho de uma nação geradora das mais amplas oportunidades.

Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do Presidente Lula nestes oito anos: nosso querido Vice José Alencar. Que exemplo de coragem e de amor à vida nos dá este homem!! E que parceria fizeram o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar, pelo Brasil e pelo nosso povo!!

Eu e Michel Temer nos sentimos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles.

Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje.

Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional: milhões de empregos estão sendo criados; nossa taxa de crescimento mais que dobrou e encerramos um longo período de dependência do FMI, ao mesmo tempo em que superamos nossa dívida externa.

Reduzimos, sobretudo, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média.

Mas, em um país com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos caminhos e buscar novas soluções.

Só assim poderemos garantir, aos que melhoraram de vida, que eles podem alcançar mais; e provar, aos que ainda lutam para sair da miséria, que eles podem, com a ajuda do governo e de toda sociedade, mudar de patamar.

Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo - um país de classe média sólida e empreendedora.

Uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social, liberdade política e criatividade institucional.

Queridos brasileiros e queridas brasileiras, para enfrentar estes grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui.

Mas, igualmente, agregar novas ferramentas e novos valores.

Na política é tarefa indeclinável e urgente uma reforma política com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.

Para dar longevidade ao atual ciclo de crescimento é preciso garantir a estabilidade de preços e seguir eliminando as travas que ainda inibem o dinamismo de nossa economia, facilitando a produção e estimulando a capacidade empreendedora de nosso povo, da grande empresa até os pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura familiar.

É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade. O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.

Valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente. A competitividade de nossa agricultura e da pecuária, que faz do Brasil grande exportador de produtos de qualidade para todos os continentes, merecerá toda nossa atenção. Nos setores mais produtivos a internacionalização de nossas empresas já é uma realidade.

O apoio aos grandes exportadores não é incompatível com o incentivo à agricultura familiar e ao microempreendedor. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parcela dos empregos permanentes em nosso país. Merecerão políticas tributárias e de crédito perenes.

Valorizar o desenvolvimento regional é outro imperativo de um país continental, sustentando a vibrante economia do nordeste, preservando e respeitando a biodiversidade da Amazônia no norte, dando condições à extraordinária produção agrícola do centro-oeste, a força industrial do sudeste e a pujança e o espírito de pioneirismo do sul.

É preciso, antes de tudo, criar condições reais e efetivas capazes de aproveitar e potencializar, ainda mais e melhor, a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro.

No plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.

É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, a luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.

Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do Presidente Lula. Mas, ainda existe pobreza a envergonhar nosso país e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido.

Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte. O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. E este é o sonho que vou perseguir!

Esta não é tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abraçado por toda sociedade. Para isso peço com humildade o apoio das instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem.

A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações.

É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.

Isso significa - reitero - manter a estabilidade econômica como valor absoluto. Já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.

Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilíbrio das contas externas. Atuaremos decididamente nos fóruns multilaterais na defesa de políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos.

Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos que sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção.

Faremos um trabalho permanente e continuado para melhorar a qualidade do gasto público. O Brasil optou, ao longo de sua história, por construir um estado provedor de serviços básicos e de previdência social pública. Isso significa custos elevados para toda a sociedade, mas significa também a garantia do alento da aposentadoria para todos e serviços de saúde e educação universais. Portanto, a melhoria dos serviços é também um imperativo de qualificação dos gastos governamentais.

Outro fator importante da qualidade da despesa é o aumento dos níveis de investimento em relação aos gastos de custeio. O investimento público é essencial como indutor do investimento privado e como instrumento de desenvolvimento regional.

Através do Programa de Aceleração do Crescimento e do Minha Casa Minha Vida, manteremos o investimento sob estrito e cuidadoso acompanhamento da Presidência da República e dos ministérios.

O PAC continuará sendo um instrumento de coesão da ação governamental e coordenação voluntária dos investimentos estruturais dos estados e municípios. Será também vetor de incentivo ao investimento privado, valorizando todas as iniciativas de constituição de fundos privados de longo prazo.

Por sua vez, os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão concebidos de maneira a dar ganhos permanentes de qualidade de vida, em todas as regiões envolvidas.

Este princípio vai reger também nossa política de transporte aéreo. É preciso, sem dúvida, melhorar e ampliar nossos aeroportos para a Copa e as Olimpíadas. Mas é mais que necessário melhorá-los já, para arcar com o crescente uso deste meio de transporte por parcelas cada vez mais amplas da população brasileira.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.

Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental. Porém é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio.

Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré escolas.

No ensino médio, além do aumento do investimento publico vamos estender a vitoriosa experiência do PROUNI para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.

Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.

Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu governo.

Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro.

Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo.

O SUS deve ter como meta a solução real do problema que atinge a pessoa que o procura, com uso de todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.

Vou usar a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.

Vamos estabelecer parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.

A formação e a presença de profissionais de saúde adequadamente distribuídos em todas as regiões do país será outra meta essencial ao bom funcionamento do sistema.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, a ação integrada de todos os níveis de governo e a participação da sociedade é o caminho para a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras.

Meu governo fará um trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e Municípios.

O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo - quando necessário - a participação decisiva das Forças Armadas.

O êxito desta experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate, sem tréguas, ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento de jovens.

Buscaremos também uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente.

Reitero meu compromisso de agir no combate as drogas, em especial ao avanço do crack, que desintegra nossa juventude e infelicita as famílias.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, o Pré-Sal é nosso passaporte para o futuro, mas só o será plenamente se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental.

A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação. Seu desenvolvimento será fator de valorização da empresa nacional e seus investimentos serão geradores de milhares de novos empregos.

O grande agente desta política é a Petrobrás, símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética.

O meu governo terá a responsabilidade de transformar a enorme riqueza obtida no Pré Sal em poupança de longo prazo, capaz de fornecer às atuais e às futuras gerações a melhor parcela dessa riqueza, transformada, ao longo do tempo, em investimentos efetivos na qualidade dos serviços públicos, na redução da pobreza e na valorização do meio ambiente. Recusaremos o gasto apressado, que reserva às futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

Meus queridos brasileiros e brasileiras, muita coisa melhorou em nosso país, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era. O despertar de um novo Brasil.

Recorro a um poeta da minha terra: "o que tem de ser, tem muita força".

Pela primeira vez o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser, uma nação desenvolvida. Uma nação com a marca inerente da cultura e do estilo brasileiros - o amor, a generosidade, a criatividade e a tolerância.

Uma nação em que a preservação das reservas naturais e das suas imensas florestas, associada à rica biodiversidade e a matriz energética mais limpa do mundo, permitem um projeto inédito de país desenvolvido com forte componente ambiental.

O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática.


Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.

Mas o caminho para uma nação desenvolvida não está somente no campo econômico. Ele pressupõe o avanço social e a valorização da diversidade cultural. A cultura é a alma de um povo, essência de sua identidade.

Vamos investir em cultura, ampliando a produção e o consumo em todas as regiões de nossos bens culturais e expandindo a exportação da nossa música, cinema e literatura, signos vivos de nossa presença no mundo.

Em suma: temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar investindo fortemente nas áreas mais sofisticadas da invenção tecnológica, da criação intelectual e da produção artística e cultural.

Justiça social, moralidade, conhecimento, invenção e criatividade, devem ser, mais que nunca, conceitos vivos no dia-a-dia da nação.

Queridos brasileiros e queridas brasileiras, considero uma missão sagrada do Brasil a de mostrar ao mundo que é possível um país crescer aceleradamente, sem destruir o meio ambiente.

Somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, um país que sempre saberá crescer de forma saudável e equilibrada.

O etanol e as fontes de energia hídricas terão grande incentivo, assim como as fontes alternativas: a biomassa, a eólica e a solar. O Brasil continuará também priorizando a preservação das reservas naturais e das florestas.

Nossa política ambiental favorecerá nossa ação nos fóruns multilaterais. Mas o Brasil não condicionará sua ação ambiental ao sucesso e ao cumprimento, por terceiros, de acordos internacionais.

Defender o equilíbrio ambiental do planeta é um dos nossos compromissos nacionais mais universais.

Meus queridos brasileiros e brasileiras, nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não-intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo.

O meu governo continuará engajado na luta contra a fome e a miséria no mundo.

Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Preservaremos e aprofundaremos o relacionamento com os Estados Unidos e com a União Europeia.

Vamos dar grande atenção aos países emergentes.

O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao de nosso continente.

Podemos transformar nossa região em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à UNASUL. Vamos contribuir para a estabilidade financeira internacional, com uma intervenção qualificada nos fóruns multilaterais.

Nossa tradição de defesa da paz não nos permite qualquer indiferença frente à existência de enormes arsenais atômicos, à proliferação nuclear, ao terrorismo e ao crime organizado transnacional.

Nossa ação política externa continuará propugnando pela reforma dos organismos de governança mundial, em especial as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, disse, no início deste discurso, que eu governarei para todos os brasileiros e brasileiras. E vou fazê-lo.

Mas é importante lembrar que o destino de um país não se resume à ação de seu governo. Ele é o resultado do trabalho e da ação transformadora de todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do tamanho da participação de todos e de cada um:

dos movimentos sociais,

dos que labutam no campo,

dos profissionais liberais,
dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores,

dos intelectuais,

dos servidores públicos,

dos empresários,

das mulheres,

dos negros, dos índios e dos jovens,

de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação.

Quero estar ao lado dos que trabalham pelo bem do Brasil na solidão amazônica, na seca nordestina, na imensidão do cerrado, na vastidão dos pampas.

Quero estar ao lado dos que vivem nos aglomerados metropolitanos, na vastidão das florestas; no interior ou no litoral, nas capitais e nas fronteiras do Brasil.

Quero convocar todos a participar do esforço de transformação do nosso país.

Respeitada a autonomia dos poderes e o princípio federativo, quero contar com o Legislativo e o Judiciário, e com a parceria de governadores e prefeitos para continuarmos desenvolvendo nosso País, aperfeiçoando nossas instituições e fortalecendo nossa democracia.

Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião.

Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura, somos naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intransigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos.

O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.

Eu e meu vice Michel Temer fomos eleitos por uma ampla coligação partidária. Estamos construindo com eles um governo onde capacidade profissional, liderança e a disposição de servir ao país serão os critérios fundamentais.

Mais uma vez estendo minha mão aos partidos de oposição e as parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. Não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros, sob a égide dos valores republicanos.

Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia.

Queridas brasileiras e queridos brasileiros, dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor.

Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento. Divido com eles esta conquista, e rendo-lhes minha homenagem.

Esta dura caminhada me fez valorizar e amar muito mais a vida e me deu sobretudo coragem para enfrentar desafios ainda maiores. Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra:

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"

É com esta coragem que vou governar o Brasil. Mas mulher não é só coragem. É carinho também. Carinho que dedico a minha filha e ao meu neto. Carinho com que abraço a minha mãe que me acompanha e me abençoa.

É com este mesmo carinho que quero cuidar do meu povo, e a ele - só a ele - dedicar os próximos anos da minha vida.

Que Deus abençoe o Brasil!

Que Deus abençoe a todos nós!"

Fonte: Estadão - 01 de janeiro de 2011 | 15h 46